15/04/2022 as 10:51

ENTREVISTA

TB Entrevista João Fontes

O nosso entrevistado de hoje é o inteligente João Fontes, advogado e empresário, foi presidente da Energipe no Governo Valadares, deputado Federal do período de 2003 a 2007

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TB Entrevista João Fontes

O nosso entrevistado de hoje é o inteligente João Fontes, advogado e empresário, foi presidente da Energipe no Governo Valadares, deputado Federal do período de 2003 a 2007, foi eleito deputado federal em 2002 pelo PT, tendo sido expulso do PT em 2003, juntamente com Heloisa Helena, Babá e Luciana Genro, por discordarem dos rumos do partido dos trabalhadores. É um homem que possui no DNA a vocação para a política, herdado do pai, o ex-deputado estadual Benjamim Fernandes Fontes e do seu padrinho de batismo o ex-governador Leandro Maciel.

TB registou no seu Caderno Especial de 1988: “João Fontes é amado por uns e odiados por outros, mas respeitado por todos”. Um jornalista registrou: “João Fontes tem uma memória de Elefante”. João é inquieto, corajoso, forte, destemido, ético e fala sobre a sua pré-candidatura ao Governo do Estado pelo PTB. Quem também participou desse bate papo foi a sua pré candidata a vice Governadora, Denise Leal Fontes Albano Leopoldo (na foto com João) que é professora associada da UFS, onde ingressou em 1996.

Leciona disciplinas da área de Teoria do Direito, Penal e Processo Penal. Graduou-se em Direito na Univ. Federal do Ceará. É mestre pela Univ. Federal da Bahia e doutora em direito pela Univ. Federal de Pernambuco, conhecida como a casa de Tobias Barreto. Sua tese de doutoramento foi sobre o Mensalão. Nome respeitado em Sergipe. Vamos ao bate papo com João Fontes, a grande novidade nas eleições deste ano.

THAÏS BEZERRA - Por que você decidiu voltar à atividade política justamente como pré-candidato a governador de Sergipe? JOÃO FONTES - Por causa do risco da volta do ex-presidiário ao poder. Causa indignação ver Lula justificando os bilhões que desviou para ditaduras amigas, atacando a família dizendo que é uma instituição atrasada, mostrando seu total desprezo pela vida de seres indefesos ao defender o aborto. Muitos políticos do consórcio que domina Sergipe são lulistas e também resolvi enfrentá-los. Alguém acha que o petista Rogério Carvalho, que tem como seu primeiro suplente o tio de Fábio Mitidieri, ou que o escolhido por Belivaldo faria a verdadeira mudança que Sergipe tanto precisa? Quem confia no senador que é a maior decepção política dos últimos tempos ou acredita que Valmir de Francisquinho, com a Justiça no seu encalço, teria condições de governabilidade? Nós representamos o novo e a mudança que Sergipe tanto espera e merece.

TB - Por que essa sua decisão tem deixado tanta gente inquieta no cenário político sergipano?
JF - Porque sabem que temos a independência e coragem para desmontar o consórcio que hoje controla o estado. Nossa equipe terá os melhores quadros e vai acabar com o aparelhamento que aí está. No passado, eu já impedi a realização de um concurso público para o Tribunal de Justiça que era um jogo de cartas marcadas. Também já fui expulso do PT por não compactuar com seus métodos corruptos. Eu e a professora Denise Leal, minha pré-candidata a vice-governadora, primamos pela competência, temos uma trajetória limpa e não há qualquer risco de sermos flagrados em maracutaias e de trairmos nosso povo.

TB - Caso a sua candidatura ao governo do Estado seja homologada pelo PTB, quais serão suas prioridades se eleito?
JF - Já começamos a construir um plano de governo realista, integrado, exequível, inventivo e ousado na medida certa e baseado em um preciso diagnóstico, de modo a tirar Sergipe do buraco em que o colocaram. Nossas potencialidades serão otimizadas em um estado enxuto, transparente, socialmente comprometido e eficiente. Há muito para ser corrigido, recuperado e implementado após tanto descalabro e inépcia administrativa, mas nossa equipe está disposta, preparada e ansiosa para encarar essa grande missão.

TB - Existe perspectivas de alianças com outros partidos?
JF - Tentamos uma importante aliança com um partido. Era uma proposta honesta, viável e vantajosa para ambos os partidos, mas interesses obscuros dos “donos” desse partido ou de dirigentes comprometidos apenas com seu projeto pessoal impediram que essa aliança se concretizasse. Estamos abertos para dialogar com quem tem propostas marcadas pelo interesse público em uma relação transparente. Mas só faremos coligação com quem apoiar a reeleição de Bolsonaro e romper com o consórcio que controla e parasita nosso estado.

TB - Além de sua história política, você é, reconhecidamente, um analista político aguçado. Como você vê o rompimento do grupo que vem dirigindo o estado e a prefeitura de Aracaju há quase duas décadas?
JF - Não creio haver qualquer risco efetivo de rompimento, pois Edvaldo e Belivaldo e seus aliados são sócios nesse consórcio que domina o estado e quer se perpetuar no poder. Como já disse, eles estão umbilicalmente unidos em seus esquemas de ocupação de espaços, divisão do poder e loteamento de cargos. Ocasionalmente, podem até ficar com relações estremecidas durante o período eleitoral porque a vontade de um ou outro cacique partidário do consórcio não se impôs. Mas, depois da eleição, caso um desses grupos seja vitorioso, sempre darão um jeito de se recompor, fortalecer seus laços, distribuir cargos entre eles e superar eventuais desavenças do passado pelo projeto de perpetuação e controle absoluto sobre a inchada e ineficiente máquina administrativa do estado.

TB - O que a iniciativa privada sergipana poderia esperar de um eventual Governo João Fontes?
JF - Contarão com um ambiente seguro, com regras claras, razoáveis e respeitadas, sem entraves burocráticos e com uma boa infraestrutura e acesso a crédito. Em nosso governo, quem produz, gera emprego e renda e paga tributos será respeitado e valorizado e não tratado como um vilão. Do agronegócio e agricultura familiar à indústria do turismo, todos contarão com apoio técnico e logístico e acesso a crédito justo. Não se justifica sermos o estado com pior internet do país, diante da urgência de preparar o estado para a retomada do crescimento, especialmente depois de 2 anos de pandemia em que Belivaldo sufocou com suas medidas extremamente autoritárias e abandonou à própria sorte o setor produtivo.

TB - Como ex-petista, o que mudou no PT?
JF - A única mudança no PT é seu envelhecimento, e como envelheceu mal! Sem novas lideranças, recusa-se a fazer autocrítica e mantém seus pendores totalitários e corruptos. Está claro que a bandeira da inclusão social, luta por direitos humanos e ética na política que iludiu milhões de brasileiros, era puro marketing petista para chegar ao poder. Segue com sua maior liderança sendo um oportunista e demagogo da pior espécie como Lula, e tendo como estrategista um farsante autoritário como Zé Dirceu. Que os eleitores enterrem esse cadáver insepulto que ainda assombra e exala o odor fétido do partido que fez muito mal ao Brasil!