TB entrevista com a médica pediatra Mônica Vieira Aragão

O caderno TB de hoje traz uma entrevista com a médica pediatra Mônica Vieira Aragão sobre medicina, carreira e vida. Formada pela UFS desde criança já sabia que queria ser médica. Casada com o jornalista Murilo Gomes e mãe dos também médicos Marcel e Miguel, e de Melissa, que já segue o mesmo caminho. Ela é também especialista em saúde da família, perícia médica e medicina no trabalho. Se a medicina foi uma escolha, a pediatria foi uma paixão sem remédio. Atuando nas urgências pediátricas de vários hospitais do interior e da capital, já atuou como coordenadora da pediatria do Hospital da Unimed e do Hospital da Criança. É pediatra concursada da rede estadual de saúde lotada na emergência do HUSE atuando também nas urgências pediátricas do Complexo de São Lucas e Unimed e atende no consultório também. Confira os principais trechos da entrevista:

TB: O que a levou a cursar medicina?
MVA: Escolhi a medicina ainda pequena, quando brincava de boneca e imitava os médicos que me atendiam. Era um fascínio pelo toque e cuidado, acho que foram eles que me inspiraram. A pediatria me escolheu! Eu sempre amei crianças e com elas posso dar e receber amor incondicional!

TB: A bagagem profissional em urgências pediátricas ajuda no desempenho no trabalho do consultório?
MVA: A carreira médica é de constante evolução e a experiência adquirida ao longo dos anos, facilita a compreensão das necessidades dos pequenos pacientes e de suas famílias, sabendo ouvir e se dedicando ao máximo, se atualizando sempre.

TB: No momento quais as principais dificuldades da pediatria?
MVA: As dificuldades maiores são excesso de informação, que deixam os pais confusos e inseguros. O grande apelo social do mercado pra consumir alimentos e produtos totalmente desnecessários e que muitas vezes compromete a parte financeira das famílias sem um real benefício! E nossa tarefa como pediatra é tirar dúvidas e esclarecer sobre as melhores opções, com respaldo científico!

TB: Clínicas e hospitais estão lotados de crianças com problemas respiratórios, o que está acontecendo?
MVA: Todos os anos, nesse período que antecede o período chuvoso, temos surtos de síndromes gripais, dessa vez estima-se que pelo menos três vírus estejam circulando, o da COVID, o da influenza e um vírus que provoca bronquiolite que tem levado muitas crianças ao tratamento de UTI. São vírus de tratamento e sofrimento mais demorados. E os cuidados são os mesmos de sempre, evitar aglomeração, isolar pessoas doentes, evitar sair com bebês para locais públicos e muita higiene. Manter as crianças hidratadas e bem alimentadas é sempre bom.

TB: No momento, quais as principais dificuldades da pediatria?
MVA: As dificuldades maiores são excesso de informação, que deixam os pais confusos e inseguros. O grande apelo social do mercado para consumir alimentos e produtos totalmente desnecessários e que muitas vezes compromete a parte financeira das famílias sem um real benefício! E nossa tarefa como pediatra é tirar dúvidas e esclarecer sobre as melhores opções, com respaldo científico!

TB: Quais os principais desafios para o futuro da pediatria?
MVA: A pediatria é um mundo infinito de possibilidades! Orientar às famílias em cuidar do seu bem maior, não é tarefa fácil! A tecnologia é uma ferramenta a favor desse cuidado, mas nada supre o contato visual e presencial!