12/04/2018 as 18:43
TURISMOJORNAL DA CIDADE pediu algumas dicas a sergipanos que frequentam e curtem os mercados do centro de Aracaju
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MAX AUGUSTO
Da Equipe JC
Uma das maneiras mais gostosas de conhecer a cultura e os hábitos dos moradores de uma cidade é conhecer o mercado local. Nas capitais do Nordeste isso não é diferente, a visita é obrigatória. Mas em meio a uma profusão de cores, sabores, cheiros, artesanatos e coisas desconhecidas para quem é de fora, às vezes é difícil aproveitar bem o passeio.
Pensando nisso, o JORNAL DA CIDADE pediu algumas dicas a sergipanos que frequentam e curtem os mercados do centro de Aracaju. Onde comer, comprar, o que visitar... confira o que pode deixar o seu passeio (ou o de seu amigo que está na cidade) muito mais interessante, autêntico e divertido.
A primeira dica é da jornalista Paula Azevedo: No mercado Antônio Franco, não deixe de visitar a banca do senhor Careca. Uma placa indica onde está uma das figuras mais conhecidas do mercado. Chegando lá, acha-se de tudo: artesanato, utensílios pra cozinha, decoração... Mas imperdível é o papo bem-humorado com Careca, um figuraça. Segundo Paula, a conversa com ele é uma lição de vida.
Para quem gosta de poesia e das tradições nordestinas, a jornalista destaca ainda as bancas de literatura de cordel, que ficam logo após a passarela das flores. Cada vez mais raras no Nordeste, são de grande importância, ao registrar de forma tradicional temas da cultura local.
Ervas e artesanato
Já o analista em Tecnologia de Informação, Sandro Stéfano, contou ao JORNAL DA CIDADE que já recebeu alguns estrangeiros em Aracaju, e que eles adoraram o mercado, ficam muito animados principalmente com as bancas de frutas tropicais, ervas e o artesanato. A administradora Cintia Cris também fez questão de lembrar o mercado de ervas. “Acho o máximo”, disse ela.
Se você ficou na dúvida em levar um estrangeiro naquela área, por conta da limpeza, Sandro diz que não ouviu nenhum comentário a respeito – e pessoalmente opina que o nosso mercado é relativamente limpo, comparado a outros do Brasil.
GOSTO DO INTERIOR
A pedagoga Mayra Oliveira acha que o mercado é um verdadeiro resumo do que é o povo sergipano. “O mercado mostra todo o povo sergipano, é possível conferir um pouco de cada município sergipano por lá. Mato a saudade do interior quando estou lá, seja comendo um queijo ou comprando uma sandália de couro, a famosa priquitinha”, diz ela.
Mayra contou ainda que quando está com turistas, após o passeio no mercado, costuma levá-los para almoçar no Caçarola – um restaurante self-service, que fica em cima do mercado de artesanato. Possui também opções à La Carte, com cardápio de comidas típicas, mas o buffet é variado, com saladas e outras coisas mais pra quem não quer sair da dieta.
O radialista Antônio Vicente é da mesma opinião. Ele avalia que o artesanato ainda é o ponto forte do mercado, mas acha legal mostrar aos visitantes a culinária do lugar. “A gente mora numa cidade praiana e sempre falam em caranguejo, mas eu prefiro um pirão de capão. Sergipe é bem mais que esse bicho e aquela quebradeira horrorosa”, disse Antônio. Ele ainda garante que a visita pode ser uma oportunidade fantástica para conhecer o lado humano, as pessoas de Aracaju.
O advogado Christian Porto Cardoso, é da mesma opinião: ele garante que os estrangeiros, principalmente, adoram o mercado de ervas e as frutas. “Frutas tropicais são muito caras em países europeus ou na América do Norte. Com 50 reais o cara comprar todos os tipos de fruta que vendem no mercado. Há ainda tempero seco e erva para chá, um lugar que se deve visitar com tempo. Como dá pra levar de volta pro país deles, tem que ver bem tudo e escolher o que levar”, alerta Christian.
MOÇA VIRGEM
A designer Analu Andrade também garante que o almoço no restaurante Caçarola é parte imperdível da visita, e dá as suas dicas do irreverente menu. Na sobremesa, a onda é pedir a "moça virgem" - duas bolas de sorvete de tapioca, com uma banana flambada estrategicamente entre elas. Ou a "velha fogosa", que leva sorvete de tapioca e goiabada. E não se pode esquecer o "negão gostoso", com chocolate.
“Para quem gosta de aventura, tem ainda o sarapatel embaixo do Caçarola. Superanimado e jeitão de boteco, muito famoso. Vale experimentar”, diz ela.
ARRIBACÃO
A advogada Juliane Garcia, que também destacou a sobremesa do Caçarola, dá outra dica muito boa: o restaurante do sanfoneiro Zé Américo. Com muitos pratos típicos do agreste sergipano, a melhor pedida é o “arribacão”, um ‘baião de dois’ bem temperado. Acompanha bem uma carne do sol ou bisteca de porco. Muitas vezes Zé Américo pega o seu acordeão e dá uma canja por lá, vale conferir.
MAIS OPÇÕES
Christian Porto acha que de manhã cedo é o melhor horário para ir ao mercado, mas que o almoço é uma boa opção também, principalmente porque às vezes há um grupo de senhores tocando samba e chorinho, o que dá um charme especial ao passeio. Ele concorda que o Caçarola é o mais famoso e mais organizado, mas destaca que os restaurantes de baixo são diferenciados.
“Você realmente vê o movimento, vê as pessoas passando, os vendedores... E ainda dá para comprar a castanha direto do vendedor, para tira gosto, assim como o doce da sobremesa”, diz ele, lembrando que o café da manhã no mercado é tradicional para muitos sergipanos.
Ele ainda lembra que há diversos tipos de cachaça, mas opina: “São só para botar na estante”, diz ele, se referindo àquelas com rótulos engraçadinhos, nomes de duplo sentido (ou diretos mesmo), ou ainda com cobra, caranguejos e aranhas dentro. E isso é só um pouco do que pode ser encontrado por lá...