25/07/2018 as 10:02

Turismo

Festas populares movimentam economia do País

Em cada região, turistas são atraídos pela variedade de música, gastronomia, costumes e crenças celebrados em diferentes épocas do ano.

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Festas populares movimentam economia do PaísFoto: Felipe Goettenauer/Arquivo/Prefeitura de Aracaju

O mês de julho está chegando ao fim, mas as festividades de São João seguem a todo vapor em algumas regiões do País, em especial no Nordeste. O Festival Cearense de Quadrilhas Juninas, em Fortaleza (CE), por exemplo, começa nesta quarta-feira (25) e vai até a próxima segunda-feira (30). Eventos como esse não só movimentam a cultura local, mas também atraem investimentos e turistas de todo o mundo.

 

Em Campina Grande (PB), as comemorações duram 30 dias e recebem cerca de 2,5 milhões de visitantes por ano, com impacto de R$ 200 milhões na economia local. Nessa época, a cidade paraibana cria por volta de 3 mil empregos temporários. Já Caruaru (PE) recebe cerca de 2 milhões de pessoas para a festa, que ocorre em todo o mês de junho em vários locais da cidade. Este ano, a festa teve 21 polos, sendo 11 na zona urbana e dez na rural.

 

Por todo o País há exemplos de festas populares que vão além do lazer. Elas causam impacto econômico, dão visibilidade às cidades que a sediam e, principalmente, reforçam a cultura regional como um dos ricos patrimônios do Brasil. Conheça alguns dos tradicionais eventos de cada região:

 

Nordeste: São João

 

Apesar de haver as chamadas festas juninas em todo estado brasileiro, é no Nordeste que elas têm maior força - chegam a durar três meses. Nesse período, toda a estrutura turística sente os benefícios: transporte, comércio, hotéis, bares, restaurantes e produção artesanal. Juntas, somente as festas de Campina Grande (PB) e Caruaru (PE), consideradas as maiores e mais tradicionais, reúnem quase 5 milhões de pessoas.

 

Norte: Círio de Nazaré

 

Em outubro, a capital do Pará, Belém, e outros municípios do estado tornam-se palco de uma das maiores celebrações religiosas de todo o Brasil. Não são apenas os paraenses, no entanto, que compõem o público do Círio de Nazaré: em 2017, a cidade se preparou para receber cerca de 84 mil turistas, vindos principalmente de São Paulo, Maranhão, Rio de Janeiro e Ceará. O evento injetou cerca de US$ 30 milhões (por volta de R$ 112 milhões) na economia do estado.

 

A festa reconta a lenda que envolve a descoberta, no ano de 1700, da imagem de Nossa Senhora de Nazaré por um caboclo chamado Plácido. Quem visita a cidade para participar do Círio ajuda a movimentar a economia local ao desfrutar de tudo o que o Pará tem a oferecer: gastronomia, hospitalidade, pontos turísticos, religiosidade, cultura tradicional e lazer.

 

Sudeste: Carnaval

 

O Carnaval já deixou de ser uma festa restrita aos grandes centros urbanos e tem cada vez mais tomado conta das ruas de todo o País. Mas os eventos que mais atraem turistas estão no Nordeste e Sudeste. Este ano, a estimativa foi de que os eventos movimentaram mais de R$ 6 bilhões, em especial nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, no Sudeste; e Bahia, Pernambuco e Rio Grande do Norte, no Nordeste. Toda a cadeia turística ganha com o Carnaval: geração de empregos, rede hoteleira, transporte, hospedagem, etc.

 

Centro-Oeste: Festa do Divino Pai Eterno

 

Este ano, o município de Trindade (GO) recebeu cerca de 3 milhões de visitantes, entre 22 de junho e 1º de julho, para mais uma edição de sucesso da Romaria do Divino Pai Eterno. O evento ocorre todos os anos e faz da cidade um dos maiores destinos religiosos do País. Esse tipo de turismo na chamada “Capital da Fé” de Goiás é responsável por boa parte do desenvolvimento local, sobretudo em época de festa. A procura por hospedagem na cidade de apenas 120 mil habitantes aumenta em até 70%, com impacto também na cadeia de restaurantes, venda de produtos religiosos e outros serviços.

 

Sul: Oktoberfest

 

A cidade de Blumenau, em Santa Catarina, é o destino do público da tradicional Oktoberfest, que a cada ano tem impactos positivos para os cofres municipais. Em 2017, por exemplo, o superávit alcançado com a festa foi superior a R$ 4 milhões - 33% maior que no ano anterior. Entre 2013 e o ano passado, o lucro da festa cresceu quase 85%, enquanto as despesas cresceram somente 33%.

 

Mas nem só de números se faz uma Oktoberfest: desde 1984, a capital nacional da cerveja oferece aos visitantes e aos moradores locais atrações paralelas ligadas à bebida, como o roteiro turístico Vale da Cerveja, visitas a cervejarias artesanais e o Museu da Cerveja, que recebe público internacional durante todo o ano.

 

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