03/09/2021 as 09:01

TARIFA

Procura por viagens aéreas ainda é baixa em SE

Tarifa alta das passagens e medo de reinfecção por Covid-19 são os principais fatores

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Na quarta-feira, 1º, o Ministério do Turismo divulgou publicação sobre o lançamento de uma cartilha para melhorar a relação entre consumidores e empresas aéreas, numa tentativa de fomentar a volta das viagens nacionais e internacionais por meio do transporte aéreo, devido ao avanço na vacinação conta Covid-19. A cartilha informa sobre as cobranças diferenciadas de tarifas e os cuidados necessários para viagens com crianças e adolescentes, passando por acessibilidade, alterações no voo e regras excepcionais diante da pandemia.

Com o avanço da vacinação, a população brasileira está retornando gradativamente para a rotina de viagens, em busca de lazer ou trabalho, que não eram mais possíveis sem a imunização da sociedade em escala mundial. Diante do tema levantado, a equipe do JORNAL DA CIDADE entrou em contato com alguns agentes de viagens para questionar se houve aumento na procura de viagens pelos sergipanos, após a melhora no cenário pandêmico.

Para Alberto Balbino, proprietário de uma agência de viagens, mesmo com o avanço da vacinação o ritmo de procura das viagens aéreas ainda é muito baixo por causa do alto preço das passagens aéreas, consequência da diminuição das rotas durante a pandemia. “Aracaju tinha seis voos partindo para o Sul e Sudeste, eles reduziram para dois. E agora que eles estão aumentando a frequência, mas ainda tem muita gente inseguro com essa doença, tem muita gente ainda que não tomou a iniciativa de viajar, então, se você diminui a oferta, porque a procura é pouca, automaticamente a tendência é o preço ficar mais caro”, explica. “Vou dar um exemplo: só quem está fazendo voo para Recife hoje é a azul. Eu peguei uma tarifa para daqui há um ano, em agosto de 2022 por R$ 1.900 ida e volta, aí como só ela tem esse voo, coloca o preço que ela quer. São situações como essa que dificultam o turismo aéreo do país. Antes da pandemia você ainda conseguia preços melhores, mas hoje, não. O turismo, as viagens aéreas não aqueceram ainda, é muito pouco, quase nada”, relata.

Retorno gradativo
Ainda segundo Balbino, os sergipanos estão voltando a procurar as agências para marcar as viagens, mas de uma forma lenta; ele também explica que o público da terceira idade é o que mais está resistente, devido ao medo de adoecer. “A gente observa que as pessoas de mais idade ainda estão muito resistentes, as pessoas com idade entre 55/60 anos estão amedrontadas, sendo que eles eram um dos grandes públicos que faziam as viagens aéreas. Estão muito receosos com a doença, e ainda por cima as tarifas caras é que eles não vão viajar mesmo”, afirma. “Nós estamos torcendo para que até o final do ano ao menos 70% da população esteja com as duas doses. E aí sim ter uma situação melhor em 2022. Em 2021 ainda será devagar, vai aquecer aos poucos até o final do ano. Muitas pessoas estão procurando e pedindo cotação para o final do ano, para férias de janeiro. Ou seja, devagar as pessoas estão voltando a procurar as agências de turismo”, comenta.

Cartilha
Sobre a cartilha divulgada pelo Ministério do Turismo, o agente de viagens tem uma visão negativa da iniciativa. “Até hoje nunca vi algo vindo do Ministério do Turismo para favorecer o consumidor. Eles lançam um monte de novidades para incentivar o turismo, principalmente quando se trata de viagem aérea, e nunca chega para os mesmos. Recebemos algumas vezes informações acerca dessa iniciativa, vamos atrás, confirmamos, mas na prática nunca é verdade”, finaliza.

|Da redação do JC
||Foto: Jadilson Simões