Turismo de Sergipe foi tema de discussões promovidas pela OAB e pela UFS

“Repensar o turismo: perspectivas e iniciativas” e “A importância do turismo para a economia sergipana”. Esses foram os dois temas abordados pelo presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis em Sergipe (ABIH-SE) e CEO do Grupo VIDAM, professor José Wilson dos Santos, durante a última semana, em eventos realizados pelo curso de Turismo da Universidade Federal de Sergipe, e pela Comissão de Direito Aplicado ao Turismo e à Hotelaria da Ordem dos Advogados de Sergipe/SE (OAB/SE). 

A proposta dos dois eventos foi essencialmente a mesma: analisar o cenário atual do setor no estado, e discutir caminhos que façam com que Sergipe seja um destino desejado pelos turistas de todo o mundo. De acordo com o professor José Wilson, o movimento turístico tem início com o propósito. Por parte do destino, ele deve ser o de oferecer o melhor atendimento, acolhimento e infraestrutura para quem vai visitá-lo para que seja impactado positivamente, pois toda viagem gera reflexos, tanto na vida de quem a fez, quanto das instituições envolvidas. 

Já por parte do turista o propósito pode ser variado: diversão, bem-estar, participar de um evento de negócios, religioso ou a busca por tratamento de saúde. Mas, independente do motivo, o destino deve estar preparado para fazer desse momento uma experiência encantadora, ao ponto de gerar no visitante o desejo de voltar em outro momento, ou de indicar o local para pessoas conhecidas, ou ainda citá-lo nos ambientes virtuais. 

“Nosso propósito enquanto presidente da ABIH-SE e empreendedor do ramo turístico é mostrar Sergipe para todo o mundo, como o destino turístico encantador que ele é, e que vai gerar nas pessoas prazer e bem-estar. E acredito muito que esse deve ser o pensamento de todos que atuam no setor”, comenta o professor José Wilson. 

União para o desenvolvimento 

Segundo o presidente da Associação, o movimento de união dos integrantes do trade local para repensar o destino tem sido estimulante, pois, turismo não se faz de maneira isolada e funciona como uma grande engrenagem, onde cada peça, por menor que seja, tem papel fundamental para o bom-funcionamento do todo. 

Professor José Wilson afirma que só se faz turismo com viagens e ações, e avalia que os três pilares para atrair e receber bem o turista são: infraestrutura, promoções (o que fazer no destino) e qualidade dos serviços. Diante desses pilares, ele faz a seguinte provocação: “estamos prontos para gerar bem-estar e prazer nas pessoas? Estamos prontos para promover negócios em Sergipe? 

Ele informa que a infraestrutura hoteleira é excelente e bem-preparada para atender os anseios dos turistas, e que o estado possui serviços que são de excelência, e a prova é que este ano Aracaju sediou os Jogos da Juventude, com mais de seis mil participantes. Para ano de 2023 já estão agendados, no Centro de Convenções, oito eventos de grande porte, cada um com pelo menos mil participantes, e um deles com perspectiva de até três mil pessoas. 

É preciso ousadia 

Apesar do elevado potencial, professor José Wilson afirma que Sergipe ainda é tímido quando o assunto é atrair turistas, embora afirme estar feliz por perceber que as coisas estão mudando, que há uma transição de postura e pensamento. 

“Vejo o trade se reunindo para pensar nas estratégias de captação de visitantes e eventos, e já em ação, a exemplo do Road Show Viva Aracaju, que promove a capital sergipana em diversos estados do país, fruto de uma parceria entre a ABIH-SE e a prefeitura de Aracaju. Isso me dá otimismo, porque o turismo é um setor importantíssimo para a economia e o desenvolvimento da sociedade”, celebra. 

Professor José Wilson Salienta que entre os movimentos que geram economia estão os transportes, hospedagem, alimentos e bebidas, comércio (formal e informal). E a fala do presidente da ABIH-SE encontra respaldo nos dados da pesquisa feita pela professora e pesquisadora de Turismo da Universidade de São Paulo (USP), Dra. Mariana Aldrigui. 

O estudo da Dra. Mariana afirma que 21 atividades estão diretamente relacionadas ao turismo, que se somam a 191 compartilhadas, 142 indiretas e, em situações de mercado aquecido, outras 217 são beneficiadas, totalizando, portanto, 571 setores com envolvimento no segmento econômico, muito mais que os 52 costumeiramente citados. 

“Acredito que o trabalho que o trade sergipano vem fazendo trará, em breve, os resultados que desejamos, dentre eles, o reconhecimento, a valorização e a consolidação de Sergipe como importante destino turístico do Nordeste”, finaliza o presidente da ABIH-SE.