22/01/2023 as 12:21

GASTRONOMIA SERGIPANA

Cadeia produtiva expõe potencialidades para fortalecimento do turismo



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Cadeia produtiva expõe potencialidades para fortalecimento do turismo

Mangaba, amendoim, tapioca, coco, mariscos. São diversas as matérias-primas que formam a base da gastronomia sergipana, com técnicas, tradições e trabalhos que resistem ao tempo, às gerações e vislumbram destaque não só dentro, mas fora do estado também.

Estes e outros elementos culinários têm criado, ao longo de décadas, identidade, memória, afetividade e reconhecimento do que significa a gastronomia sergipana, sobretudo para os próprios sergipanos, além de atrair turistas pelo aconchego que o alimento preparado com história, dedicação e amor traz a quem conhece e experimenta.

Essas potencialidades da gastronomia de Sergipe têm sido apresentadas, por diversos protagonistas de municípios sergipanos, na Feira da Cadeia Produtiva do Turismo Gastronômico, que acontece no sábado e domingo, 21 e 22, na Expo Verão, na Orla da Atalaia, em Aracaju.

Inovação ao tradicional

A doceira Maria Josilene de Oliveira, do município de Brejo Grande, já produz doces típicos há 22 anos na região do Baixo São Francisco e é conhecida na região por atuar no comércio junto aos turistas que visitam a foz do Rio São Francisco. Sempre buscando inovar, ela costuma acrescentar novos elementos às já tradicionais cocadas, bolos e doces em compota.

“Antes eu fazia apenas os doces básicos, mas com o tempo vamos estudando e colocando novos ingredientes, como o amendoim, maracujá, mandioca, aproveitando, claro, tudo o que o solo do nosso estado nos dá”, ressalta.

Do agreste sergipano, o produtor de mel Daniel Henrique Cardoso busca sair da obviedade do uso do mel e almeja emplacar o alimento na gastronomia nacional e internacional.

“O pessoal só costuma procurar o mel como remédio, mas ele, além de ser um complemento alimentar que pode ser utilizado diariamente, de forma saudável, cada vez mais tem sido usado na culinária, em restaurantes e não só sem sobremesas, mas em pratos diversos. Envio o meu produto para locais no Brasil onde não existe uma forte produção e até para fora do país, como Portugal”, complementa.

História e resistência

Maior produtor de mangaba do Brasil – fruta símbolo do estado –, Sergipe acolhe há mais de uma década o projeto Rede Solidária de Mulheres, que reúne associações de catadoras de mangaba de municípios sergipanos, fortalecendo a manutenção da produção do fruto não só no estado, mas a ampliação da sua divulgação e consumo em âmbito nacional.

A catadora de mangaba Dilva de Souza Santos, de Estância, no sul de Sergipe, produz biscoitos, geleias, brigadeiro, tartaletes, pães de mel e compotas não só da mangaba, mas também de caju e jaca, duas outras frutas predominantes no estado de Sergipe.

“É um trabalho que vai além dos doces em si, essa parte é um complemento. Nossa função é preservar a cultura da mangaba, a existência dela como elemento cultural, gastronômico e como meio de sobrevivência de mulheres sergipanas, além de colocar em primeiro lugar, sempre, a questão ambiental”, explica.

“Nós produzimos para toda a região agreste e para a capital. Antes, eram produtos que apenas as pessoas de Sergipe gostavam, tinham costume de comprar, mas a cada dia notamos mais os turistas também se interessando por essas comidas”, acrescenta a produtora Elaine do Nascimento.

Outros expositores

A Feira da Cadeia Produtiva do Turismo Gastronômico é organizada pelo Governo de Sergipe, por meio da Secretaria de Estado do Turismo (Setur), que realiza um trabalho, além da exposição, de consultoria e acompanhamento constante dos produtores e artesãos cadastrados, com o objetivo de contribuir para o impulsionamento destes elementos para fora do estado de Sergipe.

Além dos produtos da gastronomia sergipana, a feira também destacou a produção de artesanato local, como a renda irlandesa, o crochê, as artes feitas com palha, crochê, bordados e costuras em geral.

Participam da ação expositores dos municípios de Aracaju, Barra dos Coqueiros, Campo do Brito, Divina Pastora, Estância, Indiaroba, Itabaiana, Laranjeiras, Pacatuba, Carmópolis, Japaratuba e Santana do São Francisco, que apresentam a diversidade da culinária e do artesanato sergipanos.