13/06/2019 as 10:34

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Simpático clássico faz parte do primeiro lote que chegou ao país no ano de 1950

As vendas eram feitas pela Brasmotor que, à época, era uma empresa do grupo Chrysler, que reforçava as características de inovação e durabilidade do carro.

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O mais famoso Volkswagen fez uma estreia inusitada no Brasil se compararmos com os padrões atuais. Após uma visita do engenheiro Friedrich Wilhelm Schultz-Wenk, o primeiro presidente da Volkswagen no Brasil, a marca decidiu que o primeiro país da América do Sul a ter o carro inovador que era sucesso na Europa seria o Brasil. Em setembro de 1950 chegaram ao porto de Santos 30 unidades do Fusca sem muito alarde. As vendas eram feitas pela Brasmotor que, à época, era uma empresa do grupo Chrysler, que reforçava as características de inovação e durabilidade do carro.


A imprensa falava da inovadora mecânica do motor arrefecido a ar, a tração traseira e o baixo peso do carro que foi desenvolvido na Alemanha nazista da década de 1930 e que se mostrava excelente como carro de família. Diferente de hoje, não houve nenhum evento marcante, cerimonial ou algo do tipo anunciando o importante lançamento. Ainda assim venderam feito pão quente. Os Fuscas chegaram aqui avaliados em 20 mil cruzeiros, mas a grande procura fez o preço triplicar.


Estes carros foram vendidos rapidamente e a segunda leva chegaria no ano seguinte, em maior quantidade e já em 1953 a Volkswagen se instala no bairro do Ipiranga e começa a montar o carrinho que fazia sucesso pela eficiência e modernidade. Só em 1959 ele foi nacionalizado e fabricado até 1986 por aqui (e depois, numa segunda fase, de 1993 a 1996), história que o leitor provavelmente já conhece.

Carro com história
O Fusca 1950 que ilustra essa matéria pertence ao primeiro lote de veículos que chegou ao Brasil. É o número 18 de 30 unidades alemãs e que ficou durante décadas nas mãos do colecionador Og Pozzoli (1930-2017). Hoje nas mãos do Fusca Clube do Brasil, é o sonho de qualquer fã do besouro e esbanja originalidade.


O carro tem motor 1.100 de 26 cv e o câmbio de quatro marchas não sincronizadas, o que torna o trabalho de guiá-lo mais difícil. Os pneus aro 16 com as típicas calotas ovais que o consagraram, dão um charme a mais ao carro na cor verde musgo. Na hora de dar a partida, ainda que o motor do Fusca seja reconhecido pelo barulho, há um silêncio inesperado, graças ao excelente estado do carro.


Por dentro é essencial em tudo mesclando tecido lonado em tom bege. No painel, dois porta-objetos que deram origem ao nome que conhecemos hoje: porta-luvas, uma vez que em países frios com a Alemanha, usar luvas ajuda na tarefa de conduzir o carro em dias de inverno rigoroso. Há velocímetro e um relógio, ambos na posição central, e nada além disso.


A história do carro antes de pertencer ao acervo de Og Pozzoli é desconhecida, mas certamente o colecionador reconheceu de longe o potencial do carro por pertencer aos recém-chegados ao Brasil. Depois de Og, o Fusca 1950 pertenceu a outro colecionador que o restaurou, ficou alguns anos longe dos eventos e agora faz parte do acervo do Fusca Clube do Brasil, o mais antigo clube de fãs do besouro em atividade no país. A história do clube também começou em meados dos anos 1980 nos eventos organizados pela Matel Produções, organizadora da então Feira Livre do Automóvel, com um festival que reunia exposição de carros nacionais antigos. Um dos colaboradores desse projeto era o próprio Og, que frequentou todos os eventos da época e também fazia questão de estar presente no Auto Show Collection quando podia.


A Noite do Fusca é realizada todo ano no sambódromo do Anhembi e este ano o Auto Show Collection promove 13 eventos na temporada 2019. O próximo encontro terá como tema o Gol Quadrado, em homenagem ao carro mais vendido da Volkswagen por 27 anos e com ênfase na primeira geração fabricada a partir de 1980.
Fonte: Motor1