27/10/2023 as 10:50

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Censo 2022 revela envelhecimento acelerado da população sergipana

O índice de envelhecimento é menor nas regiões Norte (27,60) e Centro-Oeste (42,44) do Brasil, marcadas por fluxos migratórios de pessoas em idade para trabalhar e por ocupação relativamente mais recente.

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Censo 2022 revela envelhecimento acelerado da população sergipana

O IBGE divulgou nesta sexta-feira (27) os resultados de idade e sexo da população oriundos do Censo Demográfico 2022. Os dados mostram um envelhecimento mais acelerado da população brasileira, com reflexos em todas as grandes regiões do país. Em Sergipe, o índice de envelhecimento da população, por exemplo, saltou de 22,83 em 2010 para 43,02. Para fins de comparação, entre 2000 e 2010, a variação no índice de envelhecimento foi de 15,38 para 22,83, ou seja, a população envelheceu em um ritmo menos intenso naquele período intercensitário.

O índice de envelhecimento é um indicador que sinaliza a quantidade de pessoas com 65 anos ou mais de idade para cada 100 pessoas com idade entre 0 e 14 anos. A partir de 100, o índice de envelhecimento aponta que há mais pessoas idosas do que pessoas jovens. Entre 2010 e 2022, o índice de envelhecimento de Sergipe aumentou 88,4%, ao passo que entre 2000 e 2010, esse aumento foi de apenas 48,4%. Ainda assim, a população sergipana é relativamente jovem, quando comparada à população brasileira (55,24 idosos para cada 100 jovens) ou à população nordestina (47,89 idosos para cada 100 jovens).

O índice de envelhecimento é menor nas regiões Norte (27,60) e Centro-Oeste (42,44) do Brasil, marcadas por fluxos migratórios de pessoas em idade para trabalhar e por ocupação relativamente mais recente. Por outro lado, esse indicador é maior nas regiões Sudeste (67,81) e Sul (65,61) do país. Entre as 27 unidades da federação, Roraima tem o menor índice de envelhecimento (apenas 17,39 idosos para cada 100 jovens) e o Rio Grande do Sul tem o maior, com 80,35 idosos para cada 100 jovens). No Nordeste, o Maranhão ocupa o posto de estado com menor índice de envelhecimento (34,79), ao passo que o Rio Grande do Norte é o estado com o maior índice (53,05).

Em Sergipe, o índice de 43,02 se traduz com os seguintes contingentes: havia 201.992 pessoas com 65 anos ou mais de idade e 469.501 pessoas com idade entre 0 e 14 anos. Em números relativos, esses contingentes representam 9,09% de população com 65 anos ou mais de idade e 21,14% de população com idade entre 0 e 14 anos. Entre os 75 municípios sergipanos, porém, há muita variação: o índice de envelhecimento alcança 68,98 em Itabi, mas não passa de 23,32 em Nossa Senhora do Socorro. Os maiores índices de envelhecimento estão no Médio Sertão e no Agreste Central sergipanos, ao passo que os menores índices estão no entorno de Aracaju e em municípios do Alto e Baixo São Francisco.

Metade da população de Sergipe tinha mais de 33 anos

Em 2022, a idade mediana da população em Sergipe foi de 33 anos. Isso significa que metade da população tinha mais de 33 anos e a outra metade tinha menos de 33 anos. Em 2010, a idade mediana em Sergipe era de 26 anos. Em 2000, ela era de apenas 22 anos. Entre 2010 e 2022, o aumento na idade mediana foi de 26,9%, ao passo que entre 2000 e 2010, a variação foi de 18,2%.

A população brasileira tinha uma idade mediana de 35 anos em 2022. A região Norte tinha a menor idade mediana (29 anos), ao passo que a região Sudeste tinha a maior idade mediana (37 anos). Entre as 27 unidades da federação, a menor idade mediana era a de Roraima (26 anos) e a maior idade mediana era a do Rio Grande do Sul (38 anos). No Nordeste, o Maranhão detinha a menor idade mediana (30 anos), ao passo que a Bahia detinha a maior idade mediana (35 anos).

Em Sergipe, a variação entre os municípios com maiores idades medianas e menores idades medianas chegou a 10 anos. No Médio Sertão e no Agreste Central sergipanos, elas alcançavam os valores mais altos e chegavam a 37 anos em Itabi e 36 anos em Ribeirópolis e Moita Bonita. Os menores valores estavam em municípios banhados pelo rio São Francisco, nos dois extremos, com idades medianas de 27 anos em Brejo Grande e Canindé de São Francisco e 28 anos em Poço Redondo. Na capital Aracaju, a idade mediana da população era de 35 anos.

*Sergipe contava com mais de 500 centenários *

Em 2022, havia 531 pessoas com 100 anos ou mais de idade no estado de Sergipe. Desse contingente, 166 eram homens (31,3%) e 365 (68,7%) eram mulheres. O Brasil contava com mais de 37.814 centenários, dos quais 16.317 estavam na região Nordeste. A região Centro-Oeste contava com apenas 2.163 centenários.

Entre as 27 unidades da federação do Brasil, a Bahia é aquela com o maior número de pessoas centenárias. O maior estado da região Nordeste contabilizava 5.336 pessoas com 100 anos ou mais de idade, um número superior ao do estado mais populoso do Brasil, São Paulo, que contava com 5.095 pessoas centenárias. O estado de Roraima, por sua vez, contava com apenas 73 pessoas centenárias em sua população, sendo o único estado do Brasil em que o número de centenários não chegava a 100. Na região Nordeste, Sergipe tinha o menor contingente de centenários (531), junto ao Piauí (714) e Alagoas (820).

Entre os municípios sergipanos, a capital, Aracaju, concentrava quase um quarto dos centenários do estado, com 124 pessoas, das quais 26 eram homens e 98 eram mulheres. Na sequência, aparecem os municípios de Poço Redondo, com 27 centenários, Lagarto, com 21, Simão Dias e Canindé de São Francisco, com 18 cada. Em seis municípios sergipanos (Cedro de São João, Cumbe, Malhada dos Bois, Muribeca, Pinhão e São Miguel do Aleixo) não havia nenhum centenário. Em números relativos, apenas 0,02% da população sergipana tinha 100 anos ou mais, isto é, 1 a cada 5.000 pessoas.

*Sergipe tem 94.388 mulheres a mais do que homens *

O Censo também revelou que Sergipe continuou a ter uma população feminina maior do que a população masculina. Em 2022, eram 94.388 mulheres a mais do que homens, o que se traduzia numa razão de sexo de 91,81. Ou seja, a cada 100 mulheres, havia 91,81 homens no estado de Sergipe. A diferença relativa no número de homens e mulheres vêm aumentando no estado desde, pelo menos, o Censo 2000 (razão de sexo de 96), com intensificação entre o Censo 2010 (razão de sexo de 95) e o Censo 2022.

No Brasil, havia mais mulheres do que homens em todas as grandes regiões. A razão de sexo do Brasil era de 94,25 em 2022. Na região Norte, os quantitativos de homens e mulheres eram mais equilibrados e a razão de sexo chegava a 99,67. Na região Sudeste, porém, ela não passava de 92,90. Em números absolutos, o Brasil tinha cerca de 6 milhões de mulheres a mais do que homens.

Entre as 27 unidades da federação, havia mais homens no Mato Grosso (101,31), Roraima (101,29), Tocantins (100,41) e Acre (100,16). As maiores diferenças relativas de população feminina estavam no Rio de Janeiro (89,39), Distrito Federal (91,06), Pernambuco (91,21) e Sergipe (91,81). Os principais fatores que explicam as diferenças nos números de homens e mulheres são os padrões migratórios e a sobremortalidade masculina. Por um lado, a migração masculina contribui para o aumento da razão de sexo nos locais que recebem esses fluxos migratórios mais concentrados, por outro lado, a longevidade feminina contribui para a diminuição da razão de sexo nos locais com mais sobremortalidade masculina.

Em Sergipe, os municípios da região do São Francisco costumam ter razões de sexo mais elevadas, havendo mais homens em locais como Canhoba (106,71), Gararu (106,17), Itabi (102,95), Brejo Grande (102,77) e Poço Redondo (102,32). Por outro lado, ela é bem menor em Aracaju (84,81), que conta com cerca de 50 mil mulheres a mais do que homens. Em Nossa Senhora do Socorro (90,11), na Grande Aracaju, havia cerca de 10 mil mulheres a mais do que homens. Esse padrão se repete nos demais municípios da região metropolitana de Aracaju, com menos intensidade.