27/01/2022 as 09:49
VAZÃOPara os especialistas, o rio precisa ser tratado como um ecossistema e não como um canal
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Conforme já anunciado pela Chesf em Carta Circular divulgada em 24/01/2022 e confirmada em reunião realizada na terça-feira, 25, sob a coordenação da ANA, as vazões defluentes das UHE de Sobradinho e Xingó serão mantidas no valor de 4.000 m³/s até o dia 01/02/2022 quando será realizada a próxima reunião da Sala de Acompanhamento.
Pelas declarações apresentadas por técnicos do ONS e da Chesf não há perspectivas para redução e de aumento desta vazão de 4.000 m³/s no curto prazo desde que as previsões climáticas se confirmem. A Sala de Crise criada pela ANA para fazer frente aos efeitos da seca observada a partir de 2012 deu lugar à Sala de Acompanhamento da operação do Sistema Hídrico do Rio São Francisco a partir da entrada em vigor da Resolução ANA n° 2081/2017 (uma referência na gestão dos recursos hídricos por fortalecer a governança e valorizar o princípio dos usos múltiplos da água), cujo objetivo é avaliar a resposta do sistema às novas condições de operação, com destaque para os Artigos 13 e 19, respectivamente.
Resgaste Histórico Recente 2009
Registro da última cheia com proporções similares. 2016 - Relatório Técnico Chesf/ANA com o mapeamento das áreas inundáveis nas margens do Rio São Francisco no trecho entre o reservatório de Xingó e a Foz com isolinhas correspondentes às vazões de 2.000, 4.000, 6.000 e 8.000 m³/s. 2018 - O CBHSF realiza em Propriá audiência pública com as defesas civis e demais instituições, em plena crise hídrica, com o objetivo de debater ações de enfrentamento às cheias no Baixo São Francisco. 2022 - A Chesf em carta circular de 11/01/2022 apresentou a programação de elevação gradual das defluências, para os reservatórios de Sobradinho e Xingó a partir de 12/01/2022, objetivando seguir as curvas do volume de espera para estes reservatórios.
Pontos relevantes
Para os especialistas, o rio precisa ser tratado como um ecossistema e não como um canal. “A cheia trará inúmeros benefícios ambientais ao Baixo São Francisco principalmente na recomposição da biodiversidade, na geomorfologia e na mitigação dos efeitos da intrusão da cunha salina, além de melhorar a navegação, fertilizar as margens, reduzir o custo da geração de energia, melhorar a captação de água entre outras”, consta em nova enviada à imprensa. Ainda segundo a nota, a melhoria da qualidade da água no Baixo São Francisco sob os diversos aspectos é o nosso maior patrimônio e isto somente poderá ser obtido com a ocorrência de cheias, sem descartar a necessidade da despoluição. “Considerando o rio como um ser vivo e guardando as devidas proporções, negar os benefícios das cheias no Baixo São Francisco é como negar a vacina contra Covid para os seres humanos.
Em que pese à ocupação irregular do solo, estimulada pelas baixas vazões praticadas nos últimos 12 anos, ser de responsabilidade do poder público municipal, mas considerando os pilares do desenvolvimento sustentável (econômico, social, ambiental e cultural) sugiro que se busque junto às esferas competentes recursos financeiros para compensar os danos materiais advindos da cheia”, consta o documento.