16/11/2021 as 09:08
ENTREVISTAFlávio ainda disse que Laércio Oliveira é um nome que pode unir a direita sergipana e registrou que não coloca muita fé na candidatura de Rogério Carvalho
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Nesta entrevista ao Jornal da Cidade, o publicitário Lúcio Flávio, liderança dos movimentos de direita em Sergipe, afirmou que o presidente Bolsonaro convidou o ex-prefeito de Itabaiana, Valmir de Francisquinho, para disputar o governo do estado – tendo o deputado federal Laércio Oliveira como candidato ao senado.
Ele também se manifestou contra a implantação do chamado passaporte da vacina, e avisou que pretende ingressar na justiça, avaliando que tal medida é incompatível com a constituição. Flávio ainda disse que Laércio Oliveira é um nome que pode unir a direita sergipana e registrou que não coloca muita fé na candidatura de Rogério Carvalho – que segundo ele, já mostrou ser péssimo gestor e ter desequilíbrio emocional. Flávio ainda avisou em primeira mão aos leitores do JC: pretende disputar uma vaga na assembleia legislativa.
JORNAL DA CIDADE - Quem será o candidato de Bolsonaro ao governo de Sergipe?
LÚCIO FLÁVIO - Com esta recente definição da filiação ao PL, ainda não sabemos como ficará a coligação com o presidente. Temos, por enquanto, dois nomes cogitados à chapa majoritária, como o do ex-prefeito de Itabaiana, Valmir de Francisquinho, que está à frente do PL, e o do deputado Federal Laércio Oliveira, do PP, que aguarda ser o escolhido pelo agrupamento que faz parte, seja a governador ou a senador. Conheço ambos, são nomes muito bons e muito fortes. O que se sabe é que Valmir foi convidado por Bolsonaro para sair candidato a governador e Laércio foi convidado a sair a senador.
JC – O senhor anunciou que pretende ingressar na Justiça contra o passaporte da vacina. Já existem instituições em Sergipe, como o TJ e MPF, que o adotaram, além da Prefeitura de São Cristóvão. O senhor é contra? Por quê?
LF – Não apenas eu sou contra, como a constituição brasileira e a própria decisão do pleno do STF proíbem a imposição do passaporte ou a obrigatoriedade da vacina experimental, principalmente se for por um simples Decreto ou por uma mera Portaria. Não se trata de opinião, trata-se de lei. A alegação acerca do passaporte era para evitar contaminação. Mas a vacinação já mostrou que não é eficaz em zerar ou acabar com a transmissão, tendo em vista que há diversos casos de vacinados contaminados e até que vieram a óbito, seja por Covid ou por complicações pós-vacina. Sem contar que existem pessoas que não querem se vacinar por livre consciência e outras que estão proibidas de se vacinar por questões de saúde. Estas pessoas merecem ser segregadas de seus direitos civis e sociais? Claro que não. A nossa democracia não permite isto. Seria um imenso abuso.
JC – Como o senhor analisa a candidatura do PT em Sergipe? E a de Lula?
LF – O PT está enfraquecido e em queda livre desde a Lava Jato. É inegável o quanto o partido, antes hegemônico, agora parece sem o apoio popular. Seu líder maior, o Lula, não consegue sair às ruas sem ser hostilizado. Eles não lotam mais as ruas. A candidatura na última eleição municipal de Aracaju quase foi superada por mim que era um novato anônimo que não tinha usado nenhum centavo de fundo partidário. Ou seja: o partido tem sérios desafios pela frente, especialmente em Sergipe. Eu não acredito na vitória do Senador Rogério Carvalho, candidato que já deu provas claras de desgaste de imagem fruto de seu desequilíbrio emocional e destempero. Ele já deu provas ao estado de que é um péssimo gestor público. Sua eleição a governador seria uma tragédia para Sergipe. Sobre o ex-presidiário Lula, eu não acredito que ele tenha coragem de se candidatar. Acho que ele vai acabar se acovardando diante de tantas confusões em que se meteu.
JC – E como senhor vê as opções do governador Belivaldo Chagas para o Executivo estadual?
LF – Eu sou um grande entusiasta do nome de Laércio Oliveira ao Governo do Estado ou até mesmo ao Senado. Eu o conheço de perto e sei de sua capacidade de gestão e do quanto ele teria condições de transformar Sergipe em uma potência econômica. Laércio tem feito um trabalho exemplar no sistema Fecomércio/Sesc/ Senac e mantém um mandando inigualável no Congresso Nacional. Como eu quero bem ao meu Sergipe, eu torço para que Laércio assuma uma posição de protagonismo na majoritária. É inegável também a força política que o Valmir de Francisquinho possui em sua região. Ele é o recordista de aceitação e popularidade no estado e conseguiu eleger seu sucessor na Prefeitura de Itabaiana e o seu filho como deputado estadual. É um nome a se respeitar pela estatura que tomou nos últimos anos.
JC – Laércio Oliveira une a direita?
LF – Eu acho que sim. Acho que ele pode pacificar as diversas vertentes e grupos que existem na direita em Sergipe. Ele não briga com ninguém. O único adversário oficial do Laércio é o PT. De resto, ele se dá bem com todo mundo. Foi o único parlamentar que fez campanha eleitoral para Bolsonaro e é quem mais recebe o time do Governo Federal por aqui. Além do mais, é líder do partido que apontará o vice na chapa do presidente. Em minha opinião, não tem como este nome não ser aceito, apesar das diversas correntes de pensamentos divergentes que existem na direita. Para isto, ele terá que sentar com todos estes grupos, inclusive, com Valmir, para definirem as papéis e posições de cada um. w JC – Que outros segmentos à direita vai buscar para alianças em 2022? LF – A direita não se alia à esquerda, mas com estas mudanças eleitorais deste pleito, algumas alianças “menos puristas” podem ser necessárias apenas por questões de composição de chapa partidária. A formação dos blocos será um grande desafio. As vagas diminuíram e as exigências aumentaram. Só há espaço para quem é realmente bom de voto.
JC – Já está conversando com quais partidos?
LF – Tirando os partidos de esquerda e centro- -esquerda, eu acho que já dialoguei com quase todos os partidos do estado, inclusive com Laércio e com Valmir. Tenho falado com muita gente, especialmente com o meu amigo e conselheiro Pastor Antônio dos Santos, ex-Deputado Estadual. Tive quase 13 mil votos em minha primeira campanha, sem recursos públicos e sem fazer coligação com ninguém. Foi um resultado muito expressivo e muitos me avaliaram como a revelação de 2020. Preciso escolher bem o partido, pois eu já tomei a decisão e anuncio em primeira mão ao JORNAL DA CIDADE que sou oficialmente pré-candidato a deputado estadual para as eleições do ano que vem. Eu estava apenas aguardando as definições do presidente Bolsonaro para definir a minha participação nas próximas eleições. Agora, os leitores do Jornal são os primeiros a saber.
JC – A direita sergipana vai estar em quais partidos? Todos com Bolsonaro?
LF – Com certeza absoluta, a direita de Sergipe segue fechada com Bolsonaro. Nisto não há dúvidas. Se andarão juntos ou no mesmo partido, isto ainda não está definido. Há vários grupos de direita e muitos inclusive não agem em conjunto. Há alguns que tomam iniciativas independentes e possuem nomes próprios. Acredito que a direita de Sergipe tenha uma boa oportunidade de se unir em torno de um projeto em comum, mas acredito que esta será uma construção que irá requerer muito amadurecimento político dos atores e só acontecerá a longo prazo.
JC – Qual partido vai abrigar os jovens bolsonaristas de SE?
LF – Essa é a pergunta que vale um milhão de reais (risos). Vale a eleição. Há muita água para rolar ainda. Ainda não sabemos como ficarão os blocos, alianças, coligações e até as Federações. Certamente, os mais procurados serão o PP e o PL.
JC – A campanha eleitoral em 2022 será de muitos enfrentamentos?
LF – Eu acredito que será uma campanha muito belicosa de embates duros. Muito maior que 2020. A polarização se acentuará com a volta do Bolsonaro aos palanques em franca e declarada oposição aos inimigos do país, contra a esquerda, e eu não duvido que tenhamos ânimos alterados. A população acaba mergulhando neste clima e a expectativa é mesmo de uma verdadeira guerra eleitoral. Esperamos que o brasileiro tenha aprendido com os anos que sofreu nas mãos dos governos de esquerda, já que teve agora a oportunidade de comparar a diferença de um presidente conservador com um presidente presidiário. Estamos há quase três anos de governo sem corrupção.
JC – A direita vai para as ruas ou vai concentrar a campanha nas redes sociais?
LF – A direita atuará nos dois campos. Aprendemos a lotar as ruas e também a sermos eficientes para desfazer as mentiras e narrativas da esquerda nas redes sociais. O monopólio da notícia e da “pretensa verdade” foi quebrado e hoje todo cidadão com um smartphone na mão pode ser um propagador de informações e opiniões. O jogo eleitoral mudou e as novas ferramentas trazem um desafio ainda maior àqueles que eram viciados nas velhas práticas de fazer política. Que venha 2022.