16/06/2022 as 11:41
ENTREVISTANesta entrevista ao Jornal da Cidade, o senador Alessandro Vieira confirmou que a chapa majoritária do seu grupo já está formada
COMPARTILHE ESTA NOTÍCIA
Nesta entrevista ao Jornal da Cidade, o senador Alessandro Vieira confirmou que a chapa majoritária do seu grupo já está formada: ele pretende disputar o governo, tendo Milton Andrade como vice e Danielle Garcia como pré-candidata ao senado. Ela mesmo teria confirmado sua pré-candidatura por este grupo, durante discurso no lançamento da pré-candidatura de Alessandro. O senador também falou sobre política nacional e ainda fez uma denúncia: para ele, é muito clara a movimentação da máquina do estado para tentar alavancar a pré-candidatura de Fábio Mitidieri ao governo do estado. Confira abaixo.
JORNAL DA CIDADE - O senhor promoveu, recentemente, um ato de confirmação da sua pré- -candidatura a governador. O que o motiva a colocar seu nome na disputa do Executivo estadual?
ALESSANDRO VIEIRA - Para que os sergipanos tenham uma pré-candidatura que defenda a mudança que o nosso Estado tanto precisa e aguarda há muitos anos. É na política que estão as decisões mais importantes, sempre. É o político que escolhe se vai ter escola ou para onde vai o dinheiro público. É o gestor que faz as escolhas e direciona o Estado para o futuro. Então é dentro da política que precisamos atuar para transformar nosso amanhã. O poder de melhorar a vida de cada um de nós, especialmente daqueles que mais precisam, está nas mãos dos sergipanos. Então, se a escolha é nossa, a vitória também é nossa. Estando do lado certo, do povo sergipano, vamos fazer juntos a mudança que nosso Estado espera.
JC - Milton Andrade foi apresentado como seu vice através de indicação do Cidadania. O quanto ele soma ao seu projeto?
AV - Milton Andrade sempre fez parte do nosso agrupamento e se colocou à disposição para participar da chapa. É um jovem que teve bom desempenho na eleição para o governo em 2018 e que de lá para cá segue atuando junto ao nosso grupo, que conta com gente que pensa diferente e que quer ver o desenvolvimento de Sergipe. Portanto, Milton traz consigo qualidades e experiência que com certeza agregam bastante ao nosso projeto e fortalecem a nossa chapa.
JC - E quanto à vaga no Senado, Danielle Garcia será o nome vai compor essa chapa?
AV - Vamos estar juntos nesta caminhada. No mesmo dia que lançamos nossa pré-candidatura a governador Danielle Garcia publicou um vídeo nos apoiando. Nada mudou desde então. Tanto que ela estava ao nosso lado durante o evento que confirmou o meu nome e o de Milton. Inclusive, a própria Danielle fez um discurso confirmando que será a pré-candidata a senadora em nossa chapa.
JC - E por que o nome dela não foi oficializado no evento do PSDB/Cidadania?
AV - Por uma questão estratégica do partido dela. Danielle é uma figura de destaque no Podemos e vai realizar um evento que contará com a presença de nomes que compõem o partido no cenário nacional, a exemplo da presidente da sigla, a deputada federal Renata Abreu. E na convenção faremos um evento juntos para oficializar toda a nossa chapa, que será bastante competitiva e muito diferente do que está posto no cenário atual da política sergipana. Uma chapa verdadeiramente de renovação.
JC - E as chapas proporcionais já estão fechadas?
AV - Já apresentamos os nomes da federação PSDB/Cidadania. Além dos deputados estaduais Georgeo Passos, Kitty Lima e Samuel Carvalho, temos nomes novos e que estão buscando a primeira oportunidade de conquistar um mandato eletivo. Além disso, logo mais o Podemos da delegada Danielle Garcia também deve apresentar oficialmente seus pré-candidatos a deputado estadual e federal. Pessoas com fichas limpas, comprometidas e com muita vontade de estar do lado certo, o lado que verdadeiramente vai transformar Sergipe.
JC - Ao ser questionado recentemente pela imprensa sobre possíveis composições, o senhor fez ressalvas e críticas duras a alguns nomes. Mantém esse posicionamento?
AV - A gente tem que manter o grupo mais coeso e alinhado possível. Quando defendemos uma mudança para Sergipe, é uma mudança de verdade, de paradigma e na forma de fazer política em nosso Estado. Você não vai conseguir fazer uma mudança verdadeira mantendo-se uma faixada e mantendo por trás os velhos coronéis de sempre. Não adianta essa ilusão. O Estado é pequeno, em Sergipe todo mundo se conhece, sabe das reuniões e acertos para que todos os esquemas continuem funcionando, independente de quem esteja no poder. Portanto, ter uma chapa sólida no sentido de mudança não se faz com qualquer um. Eu quero ter orgulho de caminhar pelo estado e registrar em fotos e vídeos com gente que represente, que tenha o mesmo desejo de fazer a mudança que gere impactos positivos para as pessoas.
JC - Nas últimas três eleições falou-se muito em uso da máquina para garantir a reeleição do governador que estava no exercício do cargo. O senhor acredita que este ano será diferente, visto que o atual governador não disputa mandato?
AV - Isso já está acontecendo. É muito clara a movimentação da máquina do Estado para tentar alavancar a pré-candidatura de Fábio Mitidieri e vamos ver isso com toda força daqui para frente. Serão obras eleitoreiras, ordens de serviço, entre outras ações que não vinham sendo feitas nos últimos anos pela atual gestão, a exemplo da antecipação de salários, com o objetivo de criar uma imagem que jamais foi uma marca desse governo fracassado. Mas, tenho certeza que os sergipanos estão atentos a isso e não serão iludidos com esta tentativa de maquiar os inúmeros problemas proporcionados pelas más gestões promovidas por este grupo que está há mais de uma década no poder e não resolveu nada. Ao contrário, deu a Sergipe os piores índices em todas as áreas.
JC - Falando um pouco do cenário nacional, qual a sua avaliação sobre a desistência de Dória, que é do seu partido, da disputa presidencial?
AV - Infelizmente, João Dória não conseguiu construir as condições políticas para uma candidatura. A gente sabe que não adianta apenas ter um bom trabalho, como o que ele fez em São Paulo, é preciso construir condições políticas. Ele tinha uma rejeição muito elevada e isso gerou uma resistência em setores do partido que defendem um nome de unificação da chamada terceira via. Agora, temos que avançar olhando para frente e apoiar o nome escolhido, o da senadora Simone Tebet (MDB), que tem um histórico espetacular e uma postura adequada daquilo que o Brasil precisa neste momento.
JC - O senhor realmente vê chances da pré- -candidatura dela ser competitiva em meio a este cenário de forte polarização política? AV - Vai depender muito da qualidade da campanha. Sabemos que tem muita gente cansada dessa polarização e a Simone Tebet tem grandes qualidades para furar essa bolha. Acredito sim que ela consiga avançar e se tornar competitiva.
JC - De alguma forma a desistência de Dória e a mudança de nome da terceira via tem impacto em sua pré-candidatura a governador de Sergipe?
AV - Não traz nenhum impacto porque temos uma dinâmica diferente e acredito que o cenário nacional não deve ter influência na eleição estadual aqui em Sergipe.
JC - Então não seria possível que esta aliança nacional entre o PSDB, o Cidadania e o MDB se repita aqui no Estado?
AV - Esta possibilidade não está totalmente descartada. Porém, o que já descartamos é uma união com Jackson Barreto, que, no momento, está com o comando do MDB no Estado. Com todo respeito ao ex-governador, mas a política feita por ele é incompatível com a política que a gente quer ver sendo praticada em nosso Estado.
JC - Os eleitores bolsonaristas costumam fazer muitas críticas ao senhor, inclusive o chamando de traidor. Como pretende lidar com isso?
AV - Isso é natural, pois as pessoas têm direito de emitir sua opinião e não vejo problema algum. Mas a verdade dos fatos é que não houve nenhuma traição. Eu não mudei nenhuma das minhas opiniões, nem dos meus votos, tampouco meus parceiros na política. Quem mudou foi o Bolsonaro. Ou alguém votou em Bolsonaro para colocar o Centrão comandando o orçamento? Para ter um escândalo de corrupção atrás do outro depois que ele entregou todas as contas para o grupo de Ciro Nogueira, Arthur Lira e companhia limitada. Eu tenho muita tranquilidade para o debate que, repito, é natural, e as pessoas precisam começar a comparar o que a gente fez e o que ainda podemos fazer por Sergipe.
JC - Mudando agora o foco para seu mandato, recentemente o senhor abriu mais uma vez a possibilidade dos sergipanos decidirem para onde deveriam ser destinadas suas emendas. O que o levou a seguir por este caminho em relação aos recursos que o senhor tem o direito de encaminhar?
AV - A população, por meio dos impostos, paga o Estado para que ele invista em melhorias na sua cidade. Nada mais justo que ela participe na hora de criar os projetos e, principalmente, no momento de escolher para onde irá o dinheiro. Por isso, criamos nossas emendas participativas, para que os cidadãos tenham voz e sejam ouvidos na hora de escolher quais suas prioridades. Assim, além da participação popular, garantimos mais transparência na destinação das nossas emendas parlamentares, promovendo esta prestação de contas dos projetos cadastrados e possibilitando que os sergipanos decidam quais receberão os recursos.
|Por Max Augusto
||Foto: Divulgação