19/07/2022 as 10:28
ENTREVISTAA nossa entrevista dessa semana é com Patrícia Verônica Nunes Carvalho Sobral de Souza, Servidora efetiva do Tribunal de Contas do Estado de Sergipe.
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A nossa entrevista dessa semana é com Patrícia Verônica Nunes Carvalho Sobral de Souza, Servidora efetiva do Tribunal de Contas do Estado de Sergipe. Professora Titular do Programa de Pós-Graduação em Direitos Humanos da Universidade Tiradentes. É Pós-doutora em Direito pela Mediterranea International Centre for Human Rights Research dell Università Mediterranea di Reggio Calabria (Itália). Pós-doutora em Direito e Doutora em Direito Público pela Universidade Federal da Bahia-UFBA.
Doutora em Educação e Mestra em Direito Público pela Universidade Federal de Sergipe. Especialista em Combate à corrupção: prevenção e repressão aos desvios de recursos públicos pela Faculdade Estácio CERS. Especialista em Direito do Estado pela UNIDERP. Especialista em Direito Municipal pela UNIDERP. Especialista em Direito Civil e Processo Civil pela Universidade Tiradentes - UNIT. Especialista em Auditoria Contábil pela Universidade Federal de Sergipe - UFS. É conferencista, advogada, contadora, jornalista, pedagoga e administradora. É vice-presidente da Associação Brasileira das Mulheres de Carreira Jurídica-SE (ABMCJ). Líder do Grupo de Pesquisa Direito Público, Educação Jurídica e Direitos Humanos - DPEJDH/UNIT/CNPq.
Autora de livros e artigos jurídicos. Membro da Academia Sergipana de Educação, Membro da Academia Sergipana de Letras, Membro da Academia Sergipana de Ciências Contábeis, da Academia Itabaianense de Letras e do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe. Membro da Associação Sergipana de Imprensa. Membro do Instituto Brasileiro de Direito de Família (IBDFAM). Membro da Comissão da Mulher Contabilista. Vamos ao bate papo!
THAÏS BEZERRA - Recentemente a Sra. lançou o livro “O Termo de Ajustamento de Gestão como Forma de Tutela de Direitos Sociais”. O que significa para a sua carreira?
PATRÍCIA VERÔNICA - São 25 anos de dedicação à vida profissional no Tribunal de Contas do Estado de Sergipe e 19 anos dedicados à docência. O lançamento do livro sobre o TAG é fruto da junção de experiências vividas nas duas profissões e nos dois doutorados, um em Educação (UFS) e outro em Direito Público (UFBA). Ao longo desses anos, busquei, através da pesquisa, desenvolver trabalhos voltados para a resolução de problemas sociais, conforme sugere o tema da obra lançada que trabalha a ótica da prevenção, ao invés da punição. Nesta perspectiva, este livro subsidia a transferência de conhecimentos, para que os adeptos desta temática, bem como os Tribunais de Contas despertem para a intensificação do viés educativo, possibilitando maior celeridade nas respostas à má prestação dos serviços públicos.
TB - Você sempre quis ser uma escritora?
PV - Sim, pois desde criança já escrevia folhetins romanceados. Transmitir conhecimentos de diversas formas sempre foi minha meta principal. Portanto, escrever um livro foi um passo decisivo para alcançar este objetivo. Acredito que escrever um livro é a maneira de imortalizar o conhecimento para que mais gerações de profissionais e estudiosos possam desenvolver o melhor de suas habilidades.
TB - São quantas obras escritas até hoje?
PV - São 4 obras individuais, todas pela Editora Fórum: Corrupção e Improbidade, Críticas e Controle; Segurança Jurídica no Processo Administrativo Disciplinar; Escola de Contas e o Controle Social na Formação Profissional e O Termo de Ajustamento de Gestão como forma de Tutela de Direitos Sociais. As obras coletivas, com capítulos de livro totalizam 57 e artigos publicados em periódicos qualificados somam 69.
TB -Na sua opinião, qual o público-alvo do seu livro sobre o TAG?
PV - A expectativa que se alimenta neste livro não é apenas a de expandir o que se sabe, mas de contribuir para a reflexão de membros, técnicos e analistas de controle dos Tribunais de Contas; gestores e servidores públicos das três esferas de governo; pesquisadores; advogados; contadores; administradores; alunos e professores, acerca do que representa o TAG para a boa aplicação dos recursos públicos.
TB - Como Profa. da Universidade Tiradentes, o que mais a desafia?
PV - A atividade de lecionar é sempre desafiadora, pois o aprendizado de quem ensina é constante. Como a área do direito e da administração pública está em permanente atualização, acompanhar esta evolução de maneira a transmitir conhecimentos para os alunos, de forma precisa e acessível, é sempre um desafio a ser enfrentado. TB - Passar seus conhecimentos para uma nova geração de alunos, qual a maior motivação em sala de aula? PV - Sigo o lema de Paulo Freire: “O educador se eterniza em cada ser que educa”. A maior motivação é acompanhar a evolução e o sucesso dos alunos que, de alguma forma, se inspiraram nos conhecimentos transmitidos. Quando vejo o sucesso profissional dos alunos, me sinto realizada e tenho a certeza de que estou no caminho certo.
TB - A senhora ainda divide seu tempo como servidora do TCE-SE. Como conciliar as diversas atividades?
PV - Alguns amigos costumam dizer que meu dia tem mais de 24 horas. De fato, não é fácil conciliar todas as atividades e projetos que possuo, com a minha vida pessoal. Para conseguir cumprir tudo, procuro ter disciplina e planejamento bem definidos nas minhas ações.
TB - Nas horas vagas, o que gosta de fazer?
PV - Sou muito religiosa e sempre busco o equilíbrio espiritual em meus encontros reservados com Deus. Sou muito dedicada à família e prezo por esses momentos. Gosto de me conectar à natureza através do cultivo de plantas e estar próxima ao mar. Sou amante da leitura, adoro dançar e tocar teclado.
TB - Gostaria que deixasse uma mensagem como exemplo de mulher batalhadora e vencedora.
PV - Tenho a minha querida avó como meu maior alicerce, pois sempre acreditou em meu potencial. Certa vez ela disse: “Patrícia, você é a pessoa mais determinada e aplicada que já conheci em toda a minha vida”. Dada a experiência de vida da minha avó, senti, desde cedo, que eu seria capaz de chegar aonde almejasse. Hoje eu olho para trás, vendo todo o caminho que já trilhei, sinto-me cada vez mais encorajada em representar e inspirar outras mulheres a seguirem seus objetivos com a mesma determinação e intensidade. Sou grata a Deus por todas as minhas conquistas, ao meu querido esposo que sempre está ao meu lado, aos meus filhos que são o sentido de tudo, aos meus familiares e amigos que cultivei ao longo dos anos, pois, como diria Clarice Lispector, “Quem caminha sozinho pode até chegar mais rápido, mas aquele que vai acompanhado, com certeza vai mais longe”. A mensagem que deixo são duas estrofes da música de Milton Nascimento- Maria Maria: “Mas é preciso ter força, é preciso ter raça//É preciso ter gana sempre//Quem traz no corpo a marca, Maria, Maria//Mistura a dor e a alegria. Mas é preciso ter manha, é preciso ter graça//É preciso ter sonho sempre//Quem traz na pele essa marca possui//A estranha mania de ter fé na vida”.