Mito ou verdade: telefone celular pode explodir?

Foto: André Moreira/Equipe JC

É comum manchetes em diversos sites sobre explosões de celulares. Casos, inclusive, envolvendo mortes de pessoas que estavam com o celular próximo ao ouvido no momento da irrupção, ou que foi gravemente ferido porque o aparelho estaria no bolso da calça. No entanto, com a crescente veiculação de notícias falsas, muitos têm dúvidas se, de fato, os casos são reais ou mitos. A pergunta que não quer calar é: celular pode explodir? Segundo o professor e doutor em Engenharia Elétrica da Universidade Federal de Sergipe, Milthon Serna Silva, é possível ocorrer a explosão, porém, os casos são raros.

Dr. Milthon explica que celular é um equipamento elétrico, assim como televisão, geladeira etc. No entanto, estão mais presentes na vida das pessoas, acompanhando-as durante todo o dia, e por isso alguns cuidados são importantes. Por exemplo, muitos têm a mania de deixar o celular carregando por toda a noite, e isso é um erro.

“Primeiro que manter um aparelho celular ligado na tomada por muito tempo dará a ele um tempo de vida útil menor do que ele deveria ter. Se já tem carga completa, não tem porquê permanecer na tomada. Além de consumir muita energia, o aparelho terá um desgaste maior”, frisa o professor.

Os principais sintomas de problemas num aparelho celular estão ligados à temperatura, barulho e trepidação, segundo Dr. Milthon. “Se alguém perceber ou sentir que o aparelho está superaquecido, daquela maneira que não dá nem para segurar direito, deve desligar imediatamente. Quantos maiores os sintomas, maior pode ser o problema. Mas, os casos de explosão são muito isolados”, afirma.

Existem celulares de determinadas marcas em que enviam uma mensagem na tela avisando que o aparelho atingiu a temperatura máxima e por isso ele será desligado. Enquanto outras marcas não têm essa função. “Esse sistema de proteção é para evitar que o aparelho danifique. Mas, nem todos os celulares têm essa função de controle da temperatura, e foi exatamente nesses que surgiram os problemas. Começa a dar problema no circuito interno, com queima, e nos piores casos o acidente da explosão”, explica Dr. Milthon.

O uso de celulares é proibido em postos de gasolina, por exemplo, como uma medida de precaução. “Se houver superaquecimento do aparelho enquanto ele estiver de maneira exposta em posto de combustível, em caso de acidente a explosão pode ser muito maior. Por isso os avisos para não utilizar celular enquanto abastece”, ressalta o professor.

Já em casos de avião, quando é solicitado por comissários o desligamento ou modo avião do aparelho celular, é para evitar que aconteça alguma interferência por ondas remotas com as torres de monitoramento, segundo explica o professor Milthon. “Quando há decolagem ou aterrissagem, é preciso que todos os aparelhos sejam desligados. Porque nesse momento o avião precisa ter melhor comunicação com a torre de comando e não pode correr o risco de interferência”, disse.

O professor Milthon recomenda que as pessoas utilizem os celulares da maneira correta e assim poderá dar um maior tempo de vida ao aparelho e também evitará problemas e acidentes. Celulares são aparelhos seguros, segundo o professor, e por isso basta apenas ser utilizado corretamente.

“Após o carregamento completo, tem que tirar da tomada. Quando perceber que tem aquecimento de bateria, é preciso maior atenção e desligar automaticamente. É importante também não expor celular ao sol, porque ele já tem o consumo próprio da bateria, que origina o aquecimento, então se tiver exposto poderá aquecer ainda mais e ocasionar explosão”, recomenda Dr. Milthon.

Além disso, os consumidores devem estar atentos às trocas de baterias originais por genéricas. De acordo com o professor de engenharia elétrica e doutor no assunto, são essas que apresentam maiores problemas, principalmente com aquecimento. “Tem algumas baterias totalmente genéricas, e até mesmo cabos para carregador externos, e eles podem causar algum problema, porque o celular não estava preparado para utilizar aquele equipamento. Cabos velhos, com fios expostos ou até mesmo amarrado, pode gerar curta circuito. Deve ser trocado por um original novo”, orienta.

Laís de Melo/Equipe JC