10/09/2019 as 09:28
Crianças até 5 anosVanessa Barreto alerta para desenvolvimento de doenças.
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De acordo com o Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan) do Ministério da Saúde (MS), até agosto deste ano 10,27% das crianças em Sergipe com idade entre zero e cinco anos estavam com o peso elevado para a idade. Em todo o ano de 2018 o número foi menor: 10,04% do público foi diagnosticado com peso elevado para a faixa etária.
Sobre o crescimento da obesidade infantil, o MS faz um alerta: crianças obesas têm chances de virar adultos também obesos. A consequência de obesidade na infância para a vida adulta é o aparecimento de doenças crônicas, como diabetes e hipertensão, que podem matar precocemente no período de grande produtividade na fase adulta.
De acordo com a nutricionista da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Vanessa Barreto Lima, a determinação do sobrepeso e da obesidade é multifatorial e social. Está relacionada à má alimentação, aos modos de comer e de viver da atualidade e também, preponderantemente, ao sistema alimentar vigente no país, ou seja, o conjunto de fatores que constitui o modo de vida das populações modernas, que consomem cada vez mais produtos processados e ultraprocessados.
“Crianças com obesidade têm mais chances de serem obesas na vida adulta. O desenvolvimento de obesidade infantil está relacionado com o desenvolvimento de diversas doenças a curto e longo prazo, como diabetes e hipertensão, por exemplo”, alertou.
Vanessa destaca que o trabalho da SMS inclui a prevenção e o tratamento da obesidade, tanto na esfera das unidades básicas de saúde, por meio do Nucleo de Apoio a Saúde da Família, quanto nas escolas, por meio do Programa Saúde na Escola (PSE). “O programa nas escolas tem várias vertentes e uma delas é a alimentação saudável, com o incentivo ao consumo de alimentos naturais como frutas e verduras e o consumo moderado dos industrializados”, pontuou.
As ações para enfrentamento da obesidade no Brasil, especialmente aquelas relacionadas à obesidade infantil, foram os principais pontos da pauta da reunião do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, nesta quinta-feira, 5, em Brasília (DF), com Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso). O objetivo é melhorar a informação sobre alimentação saudável e incluir mais atividade física dentro do SUS.
Ainda segundo o MS, o órgão quer “atacar” a obesidade com muita informação sobre alimentação saudável, atividade física e rotulagem informativa. Uma importante ferramenta para incentivar a alimentação saudável é o Guia Alimentar para a População Brasileira. A publicação é o principal orientador de escolhas alimentares mais adequadas e saudáveis pela população, baseado principalmente no consumo de alimentos in natura ou minimamente processados. As informações também são úteis para a prevenção e controle de doenças específicas, como a obesidade, a hipertensão e o diabetes.
Também para incentivar uma alimentação adequada e saudável, o governo brasileiro se comprometeu a reduzir 144 mil toneladas de açúcar de bolos, misturas para bolos, produtos lácteos, achocolatados, bebidas açucaradas e biscoitos recheados. O acordo segue o mesmo parâmetro do feito para a redução do sódio, que foi capaz de retirar mais de 17 mil toneladas de sódio dos alimentos processados em quatro anos.
| Reportagem: Grecy Andrade
|| Foto: Divulgação/SMS