03/11/2024 as 10:18

DESPEDIDA

Colegas e familiares se despedem do jornalista Eugênio Nascimento

Eugênio atuou por duas vezes no Jornal da Cidade, a última como chefe de redação

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Colegas e familiares se despedem do jornalista Eugênio Nascimento

Por Dilson Ramos

O corpo do jornalista e diretor de redação do Jornal da Cidade, Eugênio Nascimento, 66 anos, foi sepultado no início da tarde dessa sexta-feira, 1º, no cemitério Colina da Saudade, no bairro Jabotiana, em Aracaju. Dezenas de pessoas, entre colegas, familiares e admiradores foram se despedir do jornalista. Eugênio Nascimento faleceu na noite do último dia 31, no Hospital Cirurgia, onde esteve internado por quatro meses após apresentar insuficiência cardíaca.

Eugênio atuou por duas vezes no Jornal da Cidade, sendo esta última como chefe de redação. Assumiu o cargo em março de 2015. Foram mais de quatro décadas dedicadas à comunicação. Nascido em Salgado, no dia 13 de novembro de 1957, Eugênio se tornou um dos mais importantes nomes do jornalismo político de Sergipe. O jornalista é filho de Maria Elze e José Nascimento. Casou-se com Tereza Cristina Cerqueira Graça, em 1979, com quem teve dois filhos, Victor Wladimir e Mayra. Deixou netos, Lucas, Bernardo e Aurora. Atualmente estava casado com Ivana Guimarães e deixa uma filha, Gabriela Guimarães.

Eugênio atuou na Gazeta de Sergipe, Jornal da Cidade, na extinta TV Jornal, na TV Sergipe, foi correspondente por vários anos da Folha de São Paulo. Passou pela assessoria da Universidade Federal de Sergipe (UFS) nas gestões de José Alencar, José Fernandes de Lima, Luiz Hermínio de Aguiar Oliveira, Josué Modesto dos Passos Subrinho e Ângelo Antoniolli. Teve uma passagem na assessoria da Ordem de Advogados do Brasil (OAB/SE). “A história de Eugênio Nascimento no Jornal da Cidade é longa e não se limita à relação profissional. Nesses anos em que atuamos juntos, construímos também uma sólida amizade. Era um jornalista sério e competente, uma referência no jornalismo político, e por isso sempre foi respeitado pelos colegas e pela classe política”, declarou o empresário e secretário de Turismo, Marcos Franco. “Devemos muito a ele, é uma perda muito grande para todos nós e para o jornalismo sergipano, sobretudo para mim”, disse.

“Com pesar, soube do falecimento do jornalista Eugênio Nascimento. Respeitado, crítico, sagaz, Eugênio comandou a redação do Jornal da Cidade com inteligência, onde foi redator, articulista, editor-geral e abriu espaço para gerações de profissionais da comunicação em nosso estado. Sua ausência será sentida como uma lacuna na linha de frente dos que acreditam no poder transformador da informação”, disse o governador Fábio Mitidieri ao saber do falecimento do jornalista.

O secretário de Estado da Comunicação, Cleon Nascimento, afirmou que a trajetória de Eugênio foi feita com dedicação e compromisso com a verdade. “Eugênio foi uma figura emblemática da imprensa sergipana. Como editor do Jornal da Cidade, se destacou por sua capacidade de transformar notícias em reflexões para a sociedade, sempre com uma visão crítica e sensível aos desafios de Sergipe. A imprensa sergipana perde um grande nome, mas seu legado permanece vivo”. Para o secretário municipal de Comunicação de Aracaju, Elton Coelho, Eugenio deixa um legado de aprendizados e bom relacionamento com o mundo político. “Com um faro jornalístico apurado e certeiro, o jornalista e diretor do Jornal da Cidade, Eugênio Nascimento, deixa um legado de ensinamentos, aprendizados e bom relacionamento com o mundo político”. O presidente da Assembleia Legislativa do Estado de Sergipe (Alese), deputado Jeferson Andrade, manifestou profundo pesar pelo falecimento de Eugênio. Em nota, a Alese declarou que Eugênio Nascimento era conhecido por sua integridade, dedicação e paixão pela comunicação social. “Neste momento de dor, a Alese se solidariza com seus familiares, amigos e colegas de profissão, desejando força e serenidade para enfrentarem essa perda tão significativa”. Márcio Macêdo, ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República do governo Lula, disse que Eugênio era dono de uma escrita fácil e inteligente. “Transitou na política e com os grandes quadros dela, o que marcou o final do século passado e o início deste século em Sergipe. Eugênio foi do primeiro momento do PT e da CUT no estado. Ajudou na organização do partido e do movimento sindical em tempos difíceis”, lembrou.

Márcio declarou ainda que conviveu muito com Eugênio quando era presidente do DCE da Universidade Federal de Sergipe. “Depois, no período como coordenador e pró-reitor de assuntos estudantis, ele atuou como assessor de imprensa da universidade. Era um bom amigo e um companheiro de conversa leve e sábia na mesa de bar. O jornalismo sergipano perdeu uma das suas maiores referências”. A Central Única dos Trabalhadores de Sergipe (CUT) também lamentou a perda do jornalista. “Figura importante na história do movimento sindical e popular em nosso estado, Eugênio foi um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores e da CUT em Sergipe, militando ativamente no 1º núcleo de base do PT no Siqueira Campos. Ao contrário de boa parte da imprensa sergipana, que sempre criminalizou e perseguiu o movimento sindical, Eugênio manteve a sua independência e foi uma voz fundamental para a classe trabalhadora sergipana. Que a memória de Eugênio inspire novas gerações a seguir na defesa dos valores que ele representou”.

O prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira, disse que conhecia Eugênio Nascimento desde os tempos da universidade e lembrou que ele sempre teve como marca a sagacidade, a visão crítica e a capacidade de compreensão do mundo. “Profissional de grande competência, Eugênio exercia a função de diretor de Jornalismo no Jornal da Cidade, veículo ao qual se dedicou por muitos anos, levando a notícia aos cidadãos, com ética e seriedade. Além disso, Eugênio também passou por outros veículos de comunicação, construindo uma longa trajetória de sucesso como profissional da área”. Colega de Eugênio Nascimento no Jornal da Cidade, o jornalista Marcos Cardoso escreveu em seu blog que os dois “respiravam o ar do rio Sergipe e os eflúvios do Mercado Municipal e a poucas quadras da orlinha do Bairro Industrial. Ali fazíamos o principal jornal impresso e um dos melhores veículos de comunicação de Sergipe”. Marcos lembrou ainda que trabalhavam no jornal de Antônio Carlos Franco, “que vibrava junto de todos nós, os ‘malucos’, nunca permitindo qualquer forma de censura”. A morte de Eugênio Nascimento, observa Marcos, “encerra uma era romântica e importante do jornalismo sergipano”.