Confiança aprova SAF por unanimidade e entra em nova era

Nesse sábado, 1º de novembro de 2025, a Associação Desportiva Confiança aprovou por unanimidade sua transformação em Sociedade Anônima do Futebol (SAF). Uma votação histórica no Estádio Sabino Ribeiro, com 481 sócios-torcedores a favor — zero contra. Um número simbólico que representa mais do que consenso: representa esperança. Ou seria carência?

Sob o comando de Rodolfo Landim, ex-presidente do Flamengo, e uma empresa formada por nomes do alto escalão do marketing esportivo, o Dragão proletário de Aracaju tenta mudar de patamar. Mas o caminho entre o discurso e o desempenho costuma ser mais longo do que qualquer coletiva de imprensa admite.

A proposta, arquitetada pela empresa LG2, foi construída ao longo de 10 meses, negociada nos bastidores com investidores e selada em votação pública. A nova estrutura estabelece uma divisão clara:

78% das ações da nova SAF ficam com o fundo de investimento AD Confiança FIP (formado por empresários sergipanos);
22% continuam com a associação original.
Promessa de investimentos? Tem. Até R$ 500 milhões ao longo de 10 anos — sendo R$ 51,2 milhões garantidos nos três primeiros anos. Só em 2025, entram R$ 9,6 milhões. É muito dinheiro. Mas já vimos essa história antes, e nem sempre ela termina com gol de placa.

Quais são as prioridades (na teoria)?
A SAF do Confiança colocou no papel cinco frentes de investimento:

Quitar dívidas: cerca de R$ 12 milhões devem ser eliminados com recursos dos investidores.
Novo Centro de Treinamento: 40 mil m² com tudo que um CT de Série A costuma ter.
Modernizar o Sabino Ribeiro: melhorias estruturais e cessão de uso para a SAF.
Fortalecer elenco e base: já para 2026, promessa de reforço no elenco e estruturação das categorias de base.
Futebol feminino: investimento garantido assim que o clube obtiver as CNDs.
Na ponta do lápis, tudo parece o paraíso. Mas como bem sabe o torcedor proletário, a bola pune quem só promete e não entrega.

E a governança?
A gestão da SAF terá um Conselho de Administração com cinco membros: quatro indicados pelos investidores e um pela associação original.
Já o CEO e o diretor de futebol serão escolhidos pelo Conselho, com indicação, mas não imposição, da LG2.

Rodolfo Landim, o novo rosto da SAF azulina, garante que o grupo terá papel estratégico, mas sem centralizar o poder. Será?

O que diz quem manda (por enquanto)
O governador de Sergipe, Fábio Mitidieri, torcedor confesso do clube, esteve presente e celebrou o momento:

“O Confiança entra em um novo tempo. Isso vai possibilitar ao clube disputar em alto nível.”

Já Petrúcio Souza, presidente eleito para o triênio 2026–2028, foi direto:

“O modelo associativo se tornou arcaico. Futebol é complicado sem recursos. A SAF abre portas.”

Resta saber se essas portas levam a um novo futuro ou a mais uma sala trancada cheia de promessas não cumpridas.

SAF é moda ou futuro?
O Confiança entra para o clube dos mais de 100 times brasileiros que já viraram SAF. Alguns, como Botafogo e Bahia, surfam bem a onda. Outros, como Cruzeiro e Vasco, ainda patinam em meio a crises internas.

A pergunta que não quer calar: será que o Confiança está entrando no bonde certo — ou apenas comprando passagem para mais uma decepção?

O que o torcedor precisa saber
O modelo é irreversível: a SAF é definitiva.
A CBF exige o registro do novo CNPJ até abril de 2026.
A nova gestão já atua em transição com a atual diretoria, inclusive participando da montagem do elenco.
A temporada 2026 será decisiva para medir se esse novo modelo traz resultados concretos.
Calendário cheio e pressão total

O Confiança terá um ano puxado:

Campeonato Sergipano
Copa do Nordeste
Copa do Brasil (3ª fase)
Série C do Brasileirão
A meta? Voltar à Série B e, quem sabe, sonhar com a elite. Mas antes de pensar em Série A, talvez o clube precise fazer as pazes com sua própria história — e com o torcedor, que não aguenta mais viver de planos.

CTA – Agora é com você!
O que você acha dessa transformação do Confiança em SAF? Um passo gigante para o futuro ou mais uma ilusão embalada por marketing?
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