30/04/2018 as 10:39
PRODUÇÃO AGRÍCOLAGerente da vigilância, Alexsandro Bueno, diz que coletas de água foram iniciadas em áreas irrigadas.
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A exposição humana aos agrotóxicos representa um problema de saúde pública. Com base nessa realidade, a Secretaria de Estado da Saúde (SES), através da Gerência de Vigilância em Saúde Ambiental (GVSAM), vem buscando definir e implementar ações voltadas para a atenção integral à saúde da população exposta a esses produtos. Em 2004, a SES implantou o Programa Nacional de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (Vigiágua), e tem por objetivo garantir que a água consumida pela população chegue em condições adequadas de uso, sem riscos de contaminação.
De acordo com o gerente estadual em Vigilância de Saúde Ambiental, Alexsandro Bueno, coletas de água foram iniciadas em áreas irrigadas, como a do Platô de Neópolis, considerada uma extensa área de terra produtiva. Também serão feitas em plantações de milho e feijão, nos municípios de Tobias Barreto e Poço Verde. As amostras estão sendo coletadas por técnicos da GVSAM e, posteriormente, remetidas ao laboratório de referência para este tipo de análise, o Instituto Evandro Chagas, localizado no Estado do Pará.
“A GVSAM elaborou um plano para coleta de amostras que considera a avaliação do uso de pesticidas nas bacias hidrográficas, dos mananciais de contribuição, dos agrotóxicos mais utilizados, além da sazonalidade das culturas e estações chuvosas. A SES deve realizar a vigilância da qualidade da água para consumo humano em sua área de competência, a fim de avaliar se a consumida pela população apresenta risco à saúde humana, conforme o padrão de potabilidade previsto na legislação brasileira”, esclareceu.
Produção agrícola x uso de pesticidas
O Estado de Sergipe tem crescido anualmente na sua produção agrícola em área plantada por hectare e, consequentemente, o uso de pesticidas tende a crescer na mesmo proporção. Neste aspecto, cabe a GVSAM estar atenta aos riscos que esses produtos representam quando disseminados no meio ambiente. “É de fundamental importância para o controle da morbimortalidade decorrente da exposição a agrotóxicos, a existência de um sistema de vigilância em saúde efetivo e integrado. A partir dos dados monitorados, será possível orientar a tomada de decisões e as medidas de intervenção através da análise oportuna e completa da informação”, concluiu Alexsandro Bueno.
Mais amostras
João Farias, médico veterinário sanitarista responsável pela Diretoria Estadual de Vigilância Sanitária (Divisa-SE), que compreende a GVSAM e outras gerências, garante que, além dessas, outras amostras serão realizadas. “Ocorreu nesta terça-feira, 24, uma reunião com a equipe do Lacen [Laboratório Central de Saúde Pública de Sergipe], unidade da Fundação de Saúde Parreiras Horta e que integra a Rede Estadual de Saúde. A intenção é intensificar a análise microbiológica dos agrotóxicos e contaminantes inorgânicos (metais pesados) em água destinada ao consumo humano. A análise será destinada às amostras já coletadas e a outras que ainda serão, em Sergipe”, ressaltou.