08/10/2018 as 08:11

Eleições

Prisão por compra de votos em Itabaiana

Promotora e juiz testemunharam suposta compra de votos por pessoas ligadas ao candidato Talysson de Valmir.

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Prisão por compra de votos em ItabaianaFoto: Divulgação

Entre as prisões ocorridas no último final de semana, uma em especial chamou atenção do Ministério Público Eleitoral, pois envolveu o candidato Talysson de Valmir de Francisquinho (PR) em Itabaiana, conforme apontou a procuradora Regional Eleitoral, Eunice Dantas.


Em conversa com o JORNAL DA CIDADE, a procuradora Eunice Dantas contou que as prisões por compra de votos em Itabaiana tiveram como testemunhas a promotora e o juiz eleitoral do município. “A prisão era de gente ligada a Talysson de Valmir de Francisquinho, inclusive um dos presos é advogado e procurador do município. Assinou diversas petições no Tribunal Regional Eleitoral e representações eleitorais ou na defesa de Talysson ou entrando com alguma representação”, explicou.


Em Itabaiana, a prisão da dupla ocorreu quando estava em um veículo, onde foram encontrados cerca de R$ 5 mil em espécie, material de ‘santinhos’ e uma lista com nomes de supostos eleitores interessados na venda dos votos.

Audiência de custódia
De acordo com Eunice Dantas, a prisão foi testemunhada por equipe que estava em diligência da eleição. “O que aconteceu é que essa prisão teve como testemunhas a promotora e o juiz eleitoral de Itabaiana. Eles estavam em diligência junto com a Polícia Militar, quando viram um carro que já havia denúncias de que lá tinha dinheiro e material de campanha. Isso foi encontrado”, disse.


Em razão dessa prisão, ontem ocorreu uma audiência de custódia no Tribunal Regional Eleitoral (TRE). “Como hoje [ontem] foi a prisão, em 24 horas tem que fazer uma audiência de custódia, pois tanto o juiz quanto a promotora tiveram testemunhas e eles ficaram automaticamente impedidos de realizar e, por isso, que foram deslocados para a capital. Uma questão processual mesmo, uma vez que houve esse impedimento tanto do magistrado como do promotor”, acrescentou.


A partir de agora, assim como os demais casos de prisões em Sergipe no último final de semana, esse episódio irá passar pela investigação da Procuradoria Regional Eleitoral de suspeita de compra de votos, onde é gerado o inquérito policial para o crime eleitoral em si e o ilícito eleitoral de captação ilícita de sufrágio.