02/02/2023 as 09:32

BRASÍLIA

Pacheco é reeleito presidente do Senado

Parlamentar conta com apoio decisivo de Lula e derrota Rogério Marinho

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Pacheco é reeleito presidente do Senado

O senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) confirmou o favoritismo e foi reeleito, nesta quarta-feira (1º), presidente do Senado Federal para os próximos dois anos. Ele recebeu 49 dos 81 votos no primeiro turno e derrotou Rogério Marinho (PL-RN), apoiado por 32 pares em votação secreta. O senador Eduardo Girão (Podemos-CE) retirou sua candidatura antes da votação para apoiar o colega de oposição. O desempenho de Pacheco foi inferior ao de sua primeira vitória para comandar a casa legislativa, quando derrotou Simone Tebet (MDB-MS) por 57 votos a 21. Mesmo assim, os 49 votos são marca relevante, que corresponde exatamente ao quórum necessário para a aprovação de Propostas de Emenda à Constituição (PECs) na casa legislativa. Por outro lado, um indicativo de desafios para o governo. Em sua campanha pela recondução ao cargo, Pacheco contou com apoio decisivo do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) – que correu riscos ao não seguir a “regra não escrita” de não interferência em processos eleitorais do Congresso Nacional.

A disputa com Rogério Marinho, ex-ministro do Desenvolvimento Regional do governo de Jair Bolsonaro (PL), foi visto, em alguma medida, como um novo capítulo da disputa entre Lula e Bolsonaro. O placar foi mais apertado do que o inicialmente projetado por aliados de Pacheco e é resultado de um movimento de parte dos senadores para mostrar ao governo que, embora tenha construído maioria sólida na votação, não terá posição confortável. O resultado indica queo Palácio do Planalto terá de seesforçar para aprovar matériasprioritárias para sua gestão,como a reforma tributária, queem parte exigirá o mesmo quórum constitucional de 3/5 dosparlamentares. Em seu discurso no plenárioda Casa, antes da eleição, Pacheco firmou compromisso commudanças no sistema tributáriobrasileiro e com a nova âncorafiscal, mas disse que não irá permitir que o Senado Federal sejasubjugado ao Poder Executivo.

Já em seu pronunciamentoapós a vitória, o parlamentaradotou tom pacificador, afirmando que o Brasil precisa deharmonia e independência entreos Poderes, para que “políticaspúblicas possam efetivamentechegar à população”. “Discursosde ódio, da mentira, golpistaque aflige e afasta a democracia,deve ser desestimulado, desmentido, combatido por todosnós, sem exceções”, exaltou.