“Eu acredito que toda política pública passa antes pela família”

Por Mayusane Matsunae

Em seu primeiro mandato na Câmara de Aracaju, o vereador Lúcio Flávio estreia na casa já sendo o vice-líder da prefeita Emília Corrêa (PL). Nesta entrevista para o Jornal da Cidade, o parlamentar reforçou ser um político conservador, cristão e de direita. Ele também expôs os projetos de lei apresentados nesta legislatura e destacou que a família é a base para a política pública. Ainda com o JC, o vereador opinou sobre a atual gestão na prefeitura de Aracaju, comentando: “Apesar do pouco tempo e de toda a gritaria da turma que torce pelo pior, a cidade está avançando!”. Confira o conteúdo completo:



JORNAL DA CIDADE - O Como tem sido a experiência de atuar no legislativo municipal em seu primeiro mandato?
LÚCIO FLÁVIO – Tem sido uma experiência muito gratificante poder fazer parte da transformação da nossa cidade, melhorando a vida das pessoas através da fiscalização dos serviços públicos e da criação de projetos. Estou muito feliz de poder ter as nossas impressões digitais, de ter a nossa marca nesta nova Aracaju. Agradeço imensamente a Deus e a todos que confiaram em mim nas eleições, através dos quase quatro mil votos que possibilitaram este mandato. Iremos fazer história!

JC – Quais são os principais valores e ideias que norteiam a sua atuação política como parlamentar?
LF – Eu sou um político conservador, cristão, de direita. Ao longo da minha campanha eleitoral, eu deixei isto bem claro. A tal ponto de integrantes do Psol solicitarem à justiça eleitoral o recolhimento dos meus materiais de campanha. Em um dos meus materiais, havia alertas às famílias aracajuanas acerca dos perigos das ideias da esquerda. Por isto, tanto para meus eleitores quanto para meus adversários políticos, as minhas bandeiras são muito claras. Deus, Pátria, Família e Liberdade estão em nossa caminhada.

JC – Quais bandeiras específicas dentro desse espectro o senhor tem levantado na Câmara de Aracaju?
LF – Eu acredito que toda política pública passa antes pela família. A família tradicional é a célula multiplicadora da sociedade. Tudo passa por ela. A família é a base. Se um pai está desempregado, isto afetará a sociedade. Se a mãe está sendo violentada ou ameaçada, isto afetará a sociedade. Se o filho está no tráfico de drogas ou na marginalidade, isto afetará a sociedade. Se a filha está fora da escola, isto afetará a sociedade. Se algum membro da família está na dependência química, isto afetará todo mundo. É isto que eu penso sobre política pública. Por isso que meu slogan de campanha era: “O vereador da sua família”.

JC – Como o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro influenciou sua trajetória política e continua influenciando seu mandato?
LF – Eu apoiei, apoio e continuarei apoiando o presidente Jair Bolsonaro, sem nenhuma cobrança de reciprocidade. Eu não apoio ele porque espero dele apoio. Não é uma troca. Bolsonaro me representa, defende o que eu acredito, transformou o nosso país, e isto já é mais do que suficiente para ele contar, não apenas com o meu voto, mas também com o meu apoio. E é por isso que torço para que ele se recupere logo, fique bem, para estar firme na disputa das eleições de 2026.

JC – Ainda está no início do mandato, mas será que já é possível apontar os principais projetos que pretende apresentar em prol da população aracajuana? L
LF – Sim. Já protocolei projetos de lei muito importantes como o que pretende proibir a realização de shows com apoio do poder público de músicas e artistas que façam apologia ao crime ou pornografia. Outro projeto é a proibição de barulhos de escapamentos adulterados de motos em nossa cidade, combatendo a poluição sonora. Também temos o que garante a segurança de meninas mantendo a separação do uso dos banheiros coletivos por critério exclusivamente biológico. Também há o que pretende proteger a nossa língua culta, que é patrimônio da nação, em atos públicos, documentos oficiais e concursos. A criação da Frente Parlamentar em Defesa da Vida e da Família e a Frente Parlamentar para o Desenvolvimento Econômico também são de minha autoria. Há muitas outras ações como a indicação do Táxi Gov e a Polícia Municipal, que trarão economia e segurança para o município.

JC – Como o senhor avalia a atual gestão da prefeita Emília Corrêa? Quais aspectos considera positivos e quais, em sua opinião, precisam de ajustes? LF – Como vereador, como vice-líder da prefeita Emília Corrêa, e, acima de tudo, como cidadão, eu estou muito feliz com estes primeiros 100 dias da gestão municipal. Muitos nomes bons à frente das secretarias, muita proatividade, velocidade, economia, inovação. Estou plenamente satisfeito e realizado em fazer parte disto tudo. Apesar do pouco tempo e de toda a gritaria da turma que torce pelo pior, a cidade está avançando!

JC – Quais são as principais demandas da população que chegam ao seu gabinete e como tem procurado atendê-las?
LF – A cidade estava completamente abandonada. Quem não lembra que a Prefeita recebeu a cidade literalmente no lixo, com a suspensão dos serviços da coleta? Pois é! Foi buraco para todo lado, praças abandonadas, trânsito caótico, ônibus caindo aos pedaços, saúde pública aos frangalhos, lixo espalhado na cidade. Ao longo da minha campanha, tanto eu quanto Emília ouvimos muitas reclamações quanto a transporte e saúde. Mas, atualmente, além dos inúmeros pedidos da população acerca destas áreas abandonadas, também são muitos os pedidos de dinheiro e de emprego, infelizmente. Há muito trabalho pela frente para as secretarias de assistência social e de desenvolvimento econômico.

JC – Como o senhor avalia a composição atual da Câmara Municipal e a dinâmica entre os diferentes grupos políticos?
LF – Hoje, nós temos, na Câmara, grupos ligados ao governador, ligados a André Moura; talvez tenhamos ainda um ou outro aliado de Edvaldo — que é raro —, mas temos uma base aliada majoritária, que já demonstrou o voto de confiança a Emília Corrêa. Temos a maioria histórica da Câmara de Vereadores, e isto ajuda muito no bom andamento dos projetos do poder executivo. A oposição tornou-se uma minoria, sem condições de atrapalhar o avanço de Aracaju, a não ser fazendo mentira, tumulto e lacração de rede social. Mas o povo não é bobo. Os cães ladram, e a caravana passa.

JC – Como tem sido sua relação com os demais vereadores, especialmente aqueles de posicionamento político distinto do seu?
LF – Executando-se a minoria barulhenta dos vereadores de oposição, que são de esquerda, mantenho uma relação muito amistosa com todos os demais colegas — especialmente pelo fato de ser vice-líder e de precisar interagir permanentemente com todos eles a cada votação.

JC – Na sua visão, quais são os principais desafios que Aracaju enfrentará nos próximos anos?
LF – Diante de uma Aracaju completamente destruída, que pegamos da gestão anterior, os desafios se multiplicam: são vários e nas mais diversas áreas. Tem muito trabalho pela frente: saúde, transporte público, empregos, assistência social, turismo. Há muito o que ser feito, mas não faltam força de vontade e coragem para construir uma nova Aracaju. O nosso partido, o PL, está empenhado nisto, junto com a primeira mulher a se tornar prefeita de Aracaju.