06/03/2023 as 08:40

ENTREVISTA

‘A Corrida Cidade de Aracaju é uma das mais tradicionais do Brasil’, Sérgio Thiessen

Secretário municipal da juventude e do esporte (Sejesp), Sérgio Thiessen conta, nesta entrevista, detalhes que tornam essa corrida, além de evento tradicional da cidade, um marco para a modalidade em todo o país.

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‘A Corrida Cidade de Aracaju é uma das mais tradicionais do Brasil’, Sérgio Thiessen

Há cerca de 40 anos, a prefeitura da capital realiza uma das maiores e mais importantes competições de corrida de rua do país: a corrida cidade de Aracaju, que chega, em 2023, à 38ª edição. Este ano, a prova tem a marca recorde de seis mil corredores inscritos. Secretário municipal da juventude e do esporte (Sejesp), Sérgio Thiessen conta, nesta entrevista, detalhes que tornam essa corrida, além de evento tradicional da cidade, um marco para a modalidade em todo o país.


JORNAL DA CIDADE - Esse ano, no aniversário de 168 anos de Aracaju, teremos a 38ª edição da Corrida Cidade Aracaju. Diante desse largo histórico, podemos afirmar que ela já é uma tradição que vai além do Estado?

SÉRGIO THIESSEN – Exatamente. É uma tradição não só da cidade, mas entre as próprias corridas de rua de todo o Brasil. Hoje, sem dúvida nenhuma, a Corrida Cidade de Aracaju é uma das mais tradicionais corridas de rua do Brasil pelo simbolismo que ela representa. É como se os atletas estivessem fazendo o mesmo percurso da mudança da capital de São Cristóvão para Aracaju. E é por causa dessa tradição que ela é muito procurada por atletas de dentro e de fora do estado, e até por atletas internacionais. É uma corrida que já está sedimentada, está no coração de todo brasileiro. 

JC - A organização da corrida é algo que reforça a tradição, conforme o senhor afirmou acima. Esse ano, o que está dentro desse projeto e planejamento, para garantir uma corrida organizada e satisfatória para todos?
ST - Uma corrida dessa tem que ser organizada. Por isso, ela passa a ser planejada seis meses antes, no mínimo. Desde junho nós já tínhamos, dentro da secretaria, uma organização que divide a corrida em vários núcleos de organização. Tem um núcleo que vai cuidar da hidratação, outro núcleo que vai cuidar da estrutura, da entrega de kit, da premiação. E cada núcleo tem um coordenador. Temos vários parceiros que não poderiam ficar de fora, como a Segurança Pública, a SMTT, a Secretaria da Saúde, a equipe de montagem. Todo esse arcabouço de pessoas e de serviços significam hoje mais de 1.200 pessoas trabalhando efetivamente na corrida. Mas eu costumo dizer que tem três pontos que não podem falhar, como a hidratação, porque está botando em risco a saúde dos atletas, portanto, temos um cuidado especial para hidratação. Não pode falhar a segurança do trânsito, porque nos preocupamos com a integridade do atleta, e há o atendimento de emergência, então por isso teremos 12 ambulâncias disponíveis, além de UTIs preparadas e distribuídas no percurso para atender a qualquer emergência.

JC - Qual a importância, para Aracaju, de ter dentro do seu cronograma de eventos esportivos uma corrida desse porte?
ST - A Corrida Cidade de Aracaju é um símbolo, é uma marca. Aracaju não está só no nome da corrida. Aracaju faz parte e é o coração da corrida. O fato dela ser um dos maiores eventos, e talvez um dos únicos que se manteve a cada aniversário da cidade, é muito importante. Valorizar o esporte, valorizar a participação, valorizar o turismo, o comércio, através de um evento como esse, torna o aniversário de Aracaju mais bonito e mais significativo. Só temos a parabenizar a atual gestão por esse investimento na corrida.

JC - Um dos fatores de destaque dessa corrida é o percurso dos 24 km. Qual o critério da gestão por escolher essa quilometragem para a corrida? ST - É até bem interessante porque foge um pouquinho do tradicional percurso das corridas de rua. Uma meia maratona tem 21,097 km, e maratona são 42 km. Então, por quê 24 km? Porque é exatamente a distância que sai do marco histórico de São Cristóvão e chega em um marco histórico de Aracaju. São dois locais muito significativos, que têm um simbolismo muito forte. Já pensamos em fazer algumas alterações de percurso para que ela se torne uma meia maratona, mas nós perderíamos esse lado cultural e histórico tão importante. E também percebemos que os corredores não se preocupam muito com isso. Eles se preparam e gostam realmente de fazer nesse formato, apesar de não ser uma quilometragem tão tradicional assim.

JC - Além do percurso ter essa distância diferenciada de 24 km, muitos atletas comentam se tratar de uma corrida bastante desafiadora. O que torna essa competição uma corrida desafiadora para os participantes?
ST - O percurso tem um desafio enorme porque, principalmente na saída de São Cristóvão, são vários aclives e declives, desgastando muito os atletas, mas também tem um outro aspecto nesse percurso que encanta, que são as belezas naturais que tem ali na saída de São Cristóvão, na Rodovia João Bebe Água, e principalmente pela recepção do público. As pessoas, durante todo o percurso, vão para a porta das suas casas desde cedo, preparam um lanche, uma cervejinha, um churrasquinho e ficam esperando ansiosamente os atletas passarem e acabam apoiando e incentivando todos os corredores, do primeiro até o último.

JC - A corrida atende um público que vai do jovem adolescente até o idoso. Esse é um movimento que garante a diversidade e a democracia?
ST - A corrida de rua é democrática e desafiadora. Nós temos a categoria juvenil, que é até 17 anos, mas nós temos atletas idosos, inclusive tem uma atleta de 72 anos que vai correr 24 km, que é uma sergipana de Aracaju. Então é democrática, todos podem participar, não existe um equipamento muito rebuscado, não existe um alto investimento, existe uma preparação física adequada, apenas isso.